quarta-feira, 14 de março de 2012

Ribeirinhos avaliam atendimento do SUS

Projeto piloto acontece durante esta semana às margens do Rio Madeira e tem foco nas populações ribeirinhas.

Até o próximo dia 20, representantes do Ministério da Saúde percorrerão municípios e comunidades de Rondônia em uma ação inédita: a Ouvidoria Itinerante Fluvial, que pretende coletar informações junto às populações ribeirinhas sobre a acessibilidade e a qualidade dos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde. Nesta segunda-feira (12), uma equipe da Ouvidoria Geral do SUS atracou em Calama, distrito da capital Porto Velho. As informações colhidas junto aos usuários do SUS e profissionais de saúde vão subsidiar políticas de melhoria do acesso e da qualidade nos serviços públicos de saúde, coordenadas pelo Departamento Nacional de Apoio à Gestão Participativa.

“Temos trabalhado para apoiar ouvidorias itinerantes em saúde. É a primeira vez que uma ação de ouvidoria vai até os usuários ribeirinhos para saber se eles estão sendo bem atendidos e se têm acesso à saúde pública de qualidade. Muitas vezes, devido às circunstancias geográficas e ao isolamento, o cidadão não sabe do direito de manifestar-se sobre sua relação com o SUS”, avalia o Ouvidor Geral do SUS, Luis Carlos Bolzan.

O projeto foi estruturado em três eixos. Durante a “escuta clássica”, o ouvidor colhe sugestões, reclamações e eventuais denúncias dos usuários das comunidades, disseminando orientações sobre cuidados com a saúde.Após esta fase, será realizada uma pesquisa de satisfação específica sobre as impressões dos usuários quanto à acessibilidade e à qualidade dos serviços de saúde na região. Por último, em cada comunidade visitada será feita uma roda de conversa, oportunidade em que os moradores apresentarão um diagnóstico sobre desafios mais comuns da saúde pública na região.Além de Calama, outras comunidades localizadas às margens do Rio Madeira, afluente do Rio Amazonas, serão acolhidas pela ouvidoria itinerante até 20 de março.

O projeto piloto da Ouvidoria foi integrado à Operação Aciso (Ação Cívico-Social), desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho em parceria com a Casa Militar do governo estadual, que leva às populações ribeirinhas serviços de cidadania e saúde.

Dentro de um “barco hospital”, que levará a equipe da Ouvidoria do Ministério da Saúde durante os próximos dias, profissionais de saúde realizam atendimentos médicos, odontológicos e laboratoriais. O barco oferece,ainda,serviço de emissão de documentos como RG, CPF, certidão de nascimento, carteira de trabalho, entre outros.

OUVIDORIA ATIVA – O Ministério da Saúde está aprimorando os mecanismos de comunicação direta com o cidadão para melhorar o atendimento e ampliar a transparência do SUS. Neste ano, o Ministério começou a distribuir a Carta SUS, uma nova ferramenta que permite aos usuários avaliar o atendimento e os serviços prestados nos hospitais da rede pública ou unidades conveniadas. Para evitar que o usuário seja cobrado indevidamente, a carta informa ainda quanto o SUS pagou pelo atendimentoe pede que eventuais cobranças realizadas sejam comunicadas.

A partir de abril, o Ministério da Saúde também vai realizar contatos telefônicos com as mulheres que tiveram filhos durante o mês de março, com perguntas sobre qualidade da assistência à saúde durante o pré-natal, parto e pós-parto. A pesquisa, que agora será implantada em todo o território nacional, também teve início em um projeto piloto realizado pela Ouvidoria Geral do SUS, em novembro do ano passado.

Ministério da Saúde

Sipam adquire novas antenas para ampliar a proteção da Amazônia via satélite

O monitoramento ambiental da região amazônica passa a contar com novas antenas para recepção de imagens de satélites internacionais. O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) investiu R$ 8,2 milhões na aquisição dos equipamentos que permitirão ampliar as informações meteorológicas e ambientais da Amazônia Legal. As antenas possibilitarão o recebimento diário de imagens dos satélites NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration 15, 16, 17,18 e 19), Metop 2, Terra, Acqua, NPP e o NPOESS.

“Com essa resolução temporal (frequência de imagens) podemos, por exemplo, identificar uma indicação de desmatamento, repassando essa informação ao órgão parceiro”, explica a coordenadora operacional, Jaci Saraiva, do Centro Regional de Belém. Cada centro regional do órgão (localizados em Manaus, Porto Velho e Belém) recebeu uma antena com 2,4 metros de circunferência, coberta por uma esfera (radome) de proteção de mais de quatro metros, e demais equipamentos aptos a rastrear e suportar os dados dos satélites.

As antenas ampliarão, por exemplo, dados sobre a pressão e a umidade do ar, determinação dos tipos, temperaturas e tamanhos de nuvens. “As informações serão utilizadas para a previsão do tempo e estudos climáticos”, ressalta o diretor Técnico do Sipam, Cristiano Cunha. Segundo ele, informações sobre as características físicas da terra e oceanos, dados de calor na superfície terrena, medição dos níveis de ozônio e concentração de clorofila são outros exemplos de dados captados pelas antenas que permitirão o controle de queimadas e poluição dos oceanos e do ar. Já as informações sobre a cobertura vegetal da terra auxiliarão no combate ao desmatamento.

Os dados serão “traduzidos” por um sistema denominado Terascan, que possibilita a recepção automática, processamento e visualização dos dados satelitais para posterior elaboração de produtos. Além disso, as informações serão disponibilizadas às instituições parceiras que utilizam o sensoriamento remoto nas áreas ambientais, oceanográficas e meteorológicas. Segundo a coordenadora de operações do Centro Regional de Porto Velho, Ana Cristina Strava, o processamento independente das imagens permitirá o aprofundamento e o ganho de qualidade em trabalhos já realizados pelo Sipam. “O monitoramento de queimadas e a avaliação do desmatamento em áreas especiais são alguns exemplos”, afirma Ana, assim como o repasse de informações sobre o clima e o tempo para as defesas civis da Amazônia.

Em Manaus, mais dados meteorológicos
No Centro Regional de Manaus e no Centro de Coordenação Geral em Brasília foram instaladas mais duas antenas exclusivas para recepcionar dados dos satélites GOES (11, 12, 13 e 14) e compatível com upgrade para GOES-R que, devido às suas características geoestacionárias, requerem um receptor fixo (diferente dos demais, que acompanham a passagem dos satélites). Cada antena tem 3,7 metros de circunferência, o investimento foi de R$ 1,4 milhão.

De acordo com o meteorologista Renato Senna, do CR de Manaus, o equipamento possibilita o acesso imediato (em tempo real) das imagens de satélite da série GOES sobre a América do Sul em alta resolução, ainda o software adquirido (LEADS) proporciona uma série de recursos que possibilitarão uma melhor interpretação dos sistemas meteorológicos atuantes na região. “Isso facilita o nosso trabalho e possibilita uma maior acuracidade de nossas previsões de curtíssimo prazo trazendo como consequência uma maior segurança às populações da região”, ressalta Senna.

Segundo Senna, com a instalação dos equipamentos foram implementadas novas rotinas operacionais que permitem a animação de sequências de imagens de satélite e colocação de "alvos" em pontos específicos, que facilitam o monitoramento contínuo dos sistemas meteorológicos atendendo interesses específicos de parceiros do Sipam.

Assessoria