sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Incra libera Crédito Apoio Mulher para assentamentos

Por meio de projetos de produção coletiva feminina, o Incra/RO está liberando a partir desse mês R$ 72 mil em créditos para os projetos de assentamento Flor do Amazonas I, II e III, em Candeias do Jamari (RO), na nova modalidade Crédito Instalação, o Apoio Mulher.

Nessa modalidade o Incra destina R$ 2,4 mil por agricultora (pagos em três parcelas anuais de R$ 800), que podem ser utilizados na compra de animais, sementes, maquinário, utensílios e produtos agrícolas, além de materiais para a produção de artesanato. A quantia é liberada mediante a aprovação de projetos de produção coletiva, com grupos de, no mínimo, cinco mulheres. O objetivo é promover a inserção e a participação das mulheres na dinâmica produtiva e econômica e contribuir para a diminuição da desigualdade de gênero no meio rural.

Foram três projetos aprovados pelo Incra/RO, envolvendo 73 agricultoras. São voltados para a criação de aves e suínos, desde a construção das granjas, aquisição de equipamentos, matrizes, até a consolidação do negócio.

O órgão investiu em Crédito Instalação nos projetos de assentamento da reforma agrária em Rondônia, nos últimos três anos, R$ 23,5 milhões, nas várias modalidades. A previsão para 2010 é de um investimento da ordem de R$ 11,5 milhões. O Crédito Instalação é destinado às famílias dos assentamentos para o início de suas atividades produtivas e construção ou recuperação das moradias.

Incra/RO

Lei da Ficha Limpa já impede a candidatura de 59 políticos

Até ontem à noite, pelo menos 59 políticos de 14 estados tiveram o registro de candidatura negado pelos TREs com base na Lei da Ficha Limpa. Em Rondônia, o ex-senador Expedito Júnior (PSDB), acusado de compra de votos, foi barrado por 5 a 2. No Espírito Santo, o ex-deputado José Carlos Gratz (PSL) foi impedido de concorrer ao Senado. Eles se juntaram aos ex-governadores Cássio Cunha Lima(PSDB-PB), Joaquim Roriz (PSC-DF) e Ivo Cassol (PP-RO). O TRE de SP ainda vai julgar o caso do ex-prefeito Paulo Maluf.

Na peneira da Ficha Limpa

TREs vetaram, até agora, pelo menos 59 candidaturas em 14 estados

Baseados na Lei da Ficha Limpa, os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) vetaram até ontem, prazo final para o julgamento de registros de candidaturas, a participação de pelo menos 59 políticos de 14 estados. Os números, divulgados pelos TREs e pelo site Congresso em Foco, ainda podem crescer, já que muitas cortes, a exemplo de São Paulo e Roraima, só devem finalizar as análises na semana que vem, extrapolando o período definido no calendário eleitoral.

Na rodada de ontem, ficaram na peneira do Ficha Limpa mais candidatos majoritários com chances de vitória, segundo as pesquisas. Mantidas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as decisões devem provocar reviravolta nas disputas regionais. Em Rondônia, o ex-senador Expedito Júnior (PSDB), que pretende concorrer ao governo, teve o registro negado por um placar de 5 a 2 no TRE. Ele perdeu o cargo no ano passado, acusado de compra de votos e abuso de poder nas eleições de 2006.

O relator do caso, Francisco Reginaldo Joca, votou a favor da candidatura, sustentando que o tucano já cumpriu inelegibilidade de três anos, contada a partir de 2006. A maioria do plenário entendeu de forma diferente, sob o argumento de que o ex-senador ainda responde a ações de investigação eleitoral e impugnação de mandato.

- Nenhum princípio deve sobrepujar os anseios de uma sociedade por moralidade e justiça - disse o juiz Élcio Arruda. Em seu blog, o ex-senador avisou que recorrerá.

No Espírito Santo, o ex-deputado José Carlos Gratz (PSL), envolvido com o crime organizado, ficou sem registro para concorrer ao Senado. Por unanimidade, o TRE o barrou por, entre outros motivos, ter contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES) e condenação por peculato. Ele promete recorrer.

Políticos graúdos foram barrados

Ficaram no funil da Ficha Limpa candidatos graúdos, como o ex-governador da Paraíba Cássio Cunha Lima (PSDB), que pleiteia o Senado, do Pedro Henry, deputado federal (PP-MT), ex-governandor do Rondônia, Ivo Cassol (PP), e de Joaquim Roriz (PSC), líder nas pesquisas ao governo do DF. Minas tinha 16 barrados, a maior quantidade até ontem à noite.

Cunha Lima, cassado pelo TSE em 2009 por distribuir cheques aos cidadãos nas eleições de 2006, avisou que recorrerá ao TSE e comentou a decisão do TRE da Paraíba via Twitter: "Nada melhor do que a consciência tranquila. Mais do que uma ficha, tenho uma vida limpa".

A briga jurídica se transfere agora para o TSE, que já sinalizou ser favorável à nova lei e terá de analisar casos de políticos livrados da inelegibilidade. O Ministério Público Eleitoral (MPE) deve recorrer contra o deferimento das candidaturas do ex-governador Jackson Lago (PDT-MA), dos deputados federais Jader Barbalho (PMDB-PA) e Paulo Rocha (PT-PA), do ex-governador Marcelo Miranda (PMDB-TO) e muitos outros.

No Piauí, o TRE indeferiu apenas dois candidatos com base na Lei da Ficha Limpa: o deputado estadual Roncalli Paulo (PSDB) e o candidato a deputado estadual Jubson Barros (PV). O procurador regional eleitoral Marco Aurélio Adão tinha solicitado a impugnação de 39 candidatos, entre eles o senador Heráclito Fortes (DEM), o ex-governador Wellington Dias (PT), o senador Mão Santa (PSC) e o ex-governador Hugo Napoleão (DEM). Mas os quatro foram liberados para se candidatar.

Ex-presidente da OAB e integrante do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Marcelo Lavenère diz que os TREs que têm liberado os candidatos sem ficha limpa são minoria e as decisões não devem prosperar.

- Esperávamos até mais divergência. Por ora, o escore é favorável à lei - comentou.

Até ontem, os TREs haviam analisado 10.427 pedidos de registro, mas tinham pela frente 8.903, o que indica que muitos vão exceder o prazo do calendário eleitoral. Pelo menos 137 ações serão encaminhadas ao TSE, pois foram alvo de recursos. A mais alta côrte eleitoral do país tem até o dia 19 para julgar esses casos, inclusive os referentes à Ficha Limpa.

No Distrito Federal, Joaquim Roriz deve recorrer hoje ao TSE. Ele renunciou ao mandato de senador em 2007 para escapar de processo em que era acusado de receber propina de R$2,2 milhões do empresário Nenê Constantino.

Num discurso na noite de quarta-feira, algumas horas depois da decisão, Roriz disse que a impugnação de sua candidatura é a reprise de um filme. Ele afirma ainda que, se o TSE mantiver a posição do TRE, apelará também ao Supremo Tribunal Federal. O prazo para recurso ao TSE termina amanhã:

-- Para mim, esse filme é reprise, porque já o assisti há 20 anos. Quando fui impugnado, naquela época, a questão foi parar no Supremo. As medidas são constitucionais ou inconstitucionais? Quem decide isso é o Supremo. O ex-governador disse que manterá a campanha no mesmo o ritmo.

O Globo

Meio Ambiente vai apresentar texto alternativo ao de Rebelo

A pasta quer a revisão de pontos como a anistia a desmatadores

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse ontem em São Paulo que a discussão sobre o Código Florestal é "extemporânea" e que vai fazer uma nova proposta de reforma na lei.

O Ministério do Meio Ambiente se opõe ao novo texto do código, do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), aprovado mês passado por uma comissão especial da Câmara.

Segundo João de Deus Medeiros, diretor de Florestas do ministério, apesar de o deputado já ter modificado seu projeto original, pontos "problemáticos" permanecem.

A intenção é tentar corrigi-los em forma de um substitutivo ou de destaques ao projeto, quando o assunto for discutido no plenário da Câmara -em data incerta.

Um deles é a anistia a desmatadores. Rebelo diz que ela tem base em decreto de 2009 do próprio ministério, o do programa Mais Ambiente. "O projeto subverte isso, porque dá essa possibilidade e ao mesmo tempo diz que o desmatamento consolidado fica mantido", diz Medeiros. "Como recuperar assim?"

Outros pontos que a proposta deve tentar alterar são a redução das áreas de preservação permanente e a possibilidade de supressão de remanescentes florestais com espécies ameaçadas.

Apesar de o código atual prever que essas áreas podem ser desmatadas se houver compensação ambiental, a Lei da Mata Atlântica, posterior ao código, as protege. "Entendemos que com a nova proposta essa lei fica comprometida", diz Medeiros.

Ele cita uma extinção decorrente disso: uma bromélia que só ocorria em uma região de Santa Catarina, inundada pela hidrelétrica de Barra Grande.

Folha de São Paulo

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Seminário discute avanços no apoio a atividades alternativas à cultura de tabaco

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) realiza nesta quinta-feira (5) e sexta-feira (6), em Brasília, seminário para discutir apoio a atividades alternativas à cultura do fumo e proteção do meio ambiente e saúde das pessoas envolvidas na atividade. O evento reunirá, no prédio do MDA, na Esplanada dos Ministérios, representantes de governos e de organizações da sociedade civil, em programação que abordará o contexto nacional e internacional da fumicultura. O seminário discutirá, ainda, avanços e desafios do Programa de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco, que é coordenado pelo MDA.

O objetivo do seminário é deliberar questões que serão levadas para a 4ª Conferência das Partes (COP4) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde (OMS), que se realiza em novembro, no Uruguai, com representantes de 168 países.

Para a COP4, os representantes brasileiros levarão informes dos avanços na implementação da Convenção-Quadro no país. Inúmeros seminários preparatórios à Conferência estão sendo realizados pela Comissão Interministerial para a Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CONICQ), em parceria com ministérios responsáveis pelos artigos.

No total, há no país 60 projetos de assistência técnica e extensão rural, de capacitação e de pesquisa para apoiar fumicultores.

O Brasil ratificou sua participação à CQCT/OMS (em novembro de 2005), comprometendo-se a implementar medidas para o controle do tabaco, entre elas, o "apoio a atividades alternativas economicamente viáveis" à cultura do fumo (Artigo 17) e "proteção do meio ambiente e saúde das pessoas" na cultura do fumo (Artigo 18).

MDA

Valverde faz caminhada na Zona Leste de Porto Velho e aponta soluções para melhorar a saúde em todo o Estado

Saúde Pública é um assunto recorrente em todos os debates políticos, e chega a ser tema banalizado às vésperas de eleições. Porém, invariavelmente a questão não é tratada com responsabilidade, e o problema, principalmente de quem mora no interior do Estado, extrapola mandatos e perdura por décadas.

Para o candidato a governador pela coligação “Rondônia Melhor Para Todos – PT/PSB”, Eduardo Valverde, a população não pode mais sofrer com as consequências da falta de política do governo do Estado para a saúde. “O povo da Capital sofre com as filas e as péssimas condições das unidades de saúde do Estado. Já a população do interior sequer possui atendimento em seus Municípios, restando-lhe como solução colocar o paciente em ambulância e viajar paea Porto Velho, correndo um risco maior ainda”, disse.

Nesta terça-feira, 03/08, Valverde participou de uma caminhada pelo centro comercial da Zona Leste de Porto Velho, oportunidade em que discutiu o assunto com moradores e comerciantes.

A falta de atenção do governo do Estado com a saúde é tamanha, ao ponto de a 1ª Câmara Especial do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO) ter condenado o Estado por ineficiência na gestão de hospitais públicos, e ainda, por se furtar em cumprir suas obrigações que inclui ações básicas como compra de medicamentos e materiais necessários para as atividades médicas.

Para Valverde, essa situação terá que ser enfrentada com seriedade pelo próximo governador, enxergando, inclusive, um aumento da demanda, causado pela chegada de dezenas de milhares de pessoas ao Estado, em função das grandes obras estruturantes.

Para resolver o problema, segundo Eduardo Valverde, é necessário, de pronto, descentralizar alguns procedimentos e formar parcerias com os Municípios para que o atendimento seja feito sem a necessidade da viagem até a Capital.

Essa medida, ressaltou Valverde, aliviaria os principais hospitais do Estado e evitaria um deslocamento para a Porto Velho. “Nós temos uma clareza que a saúde em Rondônia é ruim. Oferecer atendimento médico adequado ao nosso povo é uma medida crucial para melhoria da qualidade de vida da população”.

O plano de governo da coligação que tem Valverde como candidato a governador e Cleiton Roque como candidato a vice, prevê, ainda, a melhoria das condições do Hospital de Base, o funcionamento o Hospital Regional de Cacoal e um reforço às unidades regionais existentes. “Com essas ações, vamos descentralizar a média complexidade centrada hoje no município de Porto Velho”.

Outra medida apontada por Valverde é a formação de parcerias com os Municípios. Segundo ele, se o governo estadual assumisse a folha de pagamento de dois a quatro médicos por Município, isso já aumentaria a capacidade de atendimento de praticamente todas as unidades de saúde nos 52 municípios. De acordo com ele, o custo da folha de pagamento desses profissionais é o que mais onera o pequeno município.

Com esse “alívio” nas contas das Prefeituras, reforçou o candidato petista, a prefeitura poderia usar os recursos na compra de equipamentos e medicamentos, fortalecendo dessa forma a atenção básica, o Programa Saúde da Família, as campanhas de vacinação e prevenção, entre outras.

Além dessa atuação, os postos de saúde e hospitais dos Municípios com menos de 30 mil habitantes terão que dispor de médicos de plantão 24 horas para o atendimento de baixa complexidade, conforme exige a legislação. E, em pólos como Cacoal, Vilhena e Ji-Paraná, devem funcionar hospitais para atender os casos de média e alta complexidades.

Assessoria

Ficha Limpa: negado registro a Cassol

Ex-governador de Rondônia é considerado inelegível após ter sido cassado por compra de votos nas eleições de 2006

O Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia recusou ontem à noite, com base na Lei da Ficha Limpa, o registro da candidatura do ex-governador Ivo Cassol (PPS), que pretendia concorrer ao Senado. Por 5 votos a 2, os desembargadores entenderam que ele está inelegível por ter sido cassado em 2008, numa decisão colegiada, por compra de votos e abuso de poder econômico nas eleições de 2006. Cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em todo o país, hoje deve ser o Dia D para outros candidatos graúdos, impugnados pelo Ministério Público Eleitoral por causa das novas regras. Em estados como Maranhão, Paraíba e Pará, além do Distrito Federal, os TREs prometem julgar casos de concorrentes ao governo ou ao Senado considerados favoritos.

Líder nas pesquisas para o governo do DF, o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), impugnado por ter renunciado ao mandato no Senado para se livrar de cassação, saberá hoje se poderá continuar na briga pelo cargo.

Seu principal concorrente, Agnelo Queiroz (PT), também será julgado por rejeição de contas quando ministro do Esporte.

No Maranhão, também deve ser decidido o destino do ex-governador Jackson Lago (PDT), que perdeu o cargo em 2009 por abuso de poder político no pleito de 2006, e da governadora Roseana Sarney (PMDB), impugnada por uso da máquina pública e abuso de poder político.

Na Paraíba, deve entrar em pauta o processo do ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB), cassado ano passado por distribuir cheques a cidadãos. No Pará, os dois principais nomes na disputa para senador Jader Barbalho (PMDB) e Paulo Rocha (PT) estão ameaçados.

No Rio, dos 37 candidatos impugnados pelo MP com base na Lei da Ficha Limpa, até ontem 19 haviam sido julgados, e apenas três tiveram seus registros negados: Alexandre Mocaiber, Neilton Mulim e Darlei Braga. Quatro tiveram seus registros indeferidos por falta de documentos: Usias Mocotó, José Sagário Filho, Carlos Roberto dos Santos e Gilcemar de Oliveira. Além deles, a candidata Janilde Costa teve o registro indeferido por ter sido condenada por crime contra a administração pública.

No Rio Grande do Sul, quatro candidatos a deputado estadual enquadrados na Lei da Ficha Limpa já tiveram seus registros eleitorais negados pelo TRE.

Candidatos foram barrados por outros motivos que não a Ficha Limpa. No DF, Anna Christina Kubitschek Pereira, a primeira suplente do candidato a senador Alberto Fraga (DEM), foi retirada da disputa por falta de quitação eleitoral. Neta do expresidente Juscelino e mulher do ex-vice-governador Paulo Octávio, ela não teria apresentado a prestação de contas de campanha em 2006. O TRE de Santa Catarina negou o registro do candidato a governador Valmir Martins, do PSOL, que não comprovou escolaridade.

O Globo

Almoço pró-petista reúne 18 ministros e 38 senadores

Em uma manifestação do peso da máquina pública na campanha presidencial da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, 18 ministros e 38 senadores reuniram-se ontem, em almoço na residência do senador Gim Argello (PTB-DF), para definir estratégias para eleger Dilma. Os senadores foram orientados pelo presidente do PMDB e vice na chapa de Dilma, Michel Temer, a pedir votos para a candidata do PT. Os pretextos para o encontro foram confraternização e discussão da pauta de votações do Senado neste semestre.

Durante o brinde, Temer avisou que a campanha de Dilma nos Estados estava entregue aos senadores. Dos 38 senadores presentes, 16 são candidatos à reeleição. "Você não ganha as eleições apenas em Brasília, você deve percorrer os Estados. Lá, o trabalho dos senadores e dos ministros será fundamental", disse, completando: "Estamos partilhando o pão na casa do senador Gim, unindo o governo que sairá e o governo que chega."

Diversos ministros confirmaram que estão conversando com Dilma, municiando-a para o debate de quinta-feira, na TV Bandeirantes. No último domingo de julho o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, esteve com a candidata passando dados de sua Pasta e disse que a saúde deve estar no centro das ações do próximo governo. Já o ministro dos Esportes, Orlando Silva, declarou que a candidata do PT tem plenas condições de falar de esporte e sobre a Copa do Mundo e Olimpíada.

Coordenador político do governo, o ministro Alexandre Padilha confirmou que todos os integrantes da Esplanada estão livres para trabalhar por Dilma e aliados nos fins de semana. "Somos atores políticos. Trabalhar por Dilma e pelos aliados é defender o governo Lula". Padilha declarou que uma das prioridades é eleger ampla bancada de senadores e deputados pró-Dilma. "Isso é importante para que o governo Dilma dê continuidade aos avanços conquistados durante o governo Lula".

O secretário de comunicação do PT, André Vargas (RS), afirmou que a campanha de Dilma ganhará mais "força e calor" a partir do início do horário eleitoral, em meados de agosto. Ele reconheceu que a candidata do PT ainda está fria, dependente do apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na agenda externa de campanha. Em Garanhuns, quando Dilma foi discursar, o público dispersou-se. Em Curitiba, permaneceu, mas a estratégia adotada foi diferente: ela discursou antes de Lula. "Tem coisas que só se aprende fazendo. O próprio Lula, que hoje é esse fenômeno de comunicação, não nasceu com o dom, ele foi se aprimorando", comentou Vargas.

A chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, é uma das poucas que não vai dividir a agenda de ministra com a campanha. Ela foi escalada para fazer reuniões bilaterais com os diversos ministros e impedir que o governo fique paralisado. "Essa é minha prioridade, a minha presença na campanha é perfeitamente dispensável", disse Erenice.

Valor Econômico

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Valverde aponta incentivos fiscais e parceria com Prefeituras como pontos indispensáveis para o desenvolvimento de Rondônia

Aprimoramento do diálogo com o Governo Federal e ampliação da relação com os prefeitos do Estado estão entre os pontos que precisam ser fortalecidos na avaliação do candidato a governador Eduardo Valverde, da coligação “Rondônia Melhor Para Todos – PT/PSB”, que neste fim de semana cumpriu agenda em Porto Velho ao lado do candidato a vice-governador Cleiton Roque.

Para ele diversas ações merecem empenho do novo governador, como o fortalecimento e a ampliação da democracia rondoniense e o aprimoramento do diálogo com o Presidente da República.

“Passamos por um longo período de conflito entre o estado e a União. Isso tem que ser superado, até porque ainda continuaremos a depender dos investimentos do governo federal”, disse.

Para Valverde, a relação com os prefeitos também precisa ser melhorada. Segundo ele, dos 52 municípios, apenas quatro têm condições de “andar com as próprias pernas”. Por isso, observou, o apoio e a assistência do Estado às cidades é muito importante, para que os pequenos municípios possam capacitar-se, ordenar-se e preparar-se tecnicamente para o desenvolvimento.

Outra questão que deve ser enfrentada pelo governo estadual, na visão de Valverde, é como preparar o Estado para induzir o desenvolvimento. Com o fechamento do Beron, disse Valverde, o Estado ficou sem um instrumento de incentivo ao desenvolvimento.

“Retomar uma agência de fomento e constituir uma secretaria para esse desenvolvimento é indispensável para que o Estado não fique refém de decisões externas, de fora, e sim tome decisões de dentro para fora, para ordenar, estimular e induzir sua economia”, afirmou. Valverde salientou que a agência de fomento poderá captar recursos.

Quando a Usina de Madeira ficar pronta, informou, serão gerados para Rondônia, em termos de royalties de energia, mais de R$ 50 milhões, que podem ser utilizados para estimular a micro, pequena e média empresa.

“Rondônia não pode retroceder. E é o Estado que precisa induzir o desenvolvimento dos setores econômicos. Para tanto, é necessário maturidade e incentivos ficais”, disse.

Educação- Valverde disse ainda que pretende promover o conhecimento, articulando a rede estadual de ensino tecnológico. “O estado não dispõe de uma rede de ensino médio profissional. Isso é ruim, porque há um gargalo e um apagão da mão de obra rondoniense. Hoje, boa parte das empresas que estão vindo para Rondônia traz mão de obra qualificada de fora”, disse.

Valverde destacou a necessidade de melhorar o sistema de educação no estado, para diminuir a evasão escolar e a repetência que, segundo ele, são muito altas.

“A feliz parceria entre o Estado, a União e os municípios é muito importante, principalmente para levar a educação até a área rural, onde há o maior índice de evasão escolar em face da péssima qualidade do ensino público estadual e também pela dificuldade dos alunos de irem à escola, porque o transporte escolar, em boa parte do ano, acaba não sendo viável por causa da péssima conservação das estradas vicinais”, destacou.

Tecnologia - Valverde disse considerar fundamental que seja instalada a Fundação de Amparo à Pesquisa e à Inovação Tecnológica, que foi criada por lei, mas ainda não foi regulamentada nem implementada.Ele argumentou que não se pode fazer desenvolvimento sem a inovação tecnológica.

Rodovias em RO - Eduardo Valverde destacou ainda, as obrasprevistas para o município de Guajará-Mirim (RO), entre elas, a restauração da rodovia BR-425, que ligará o Brasil à Bolívia, e se conectará à BR-364, ligando o Brasil ao Peru. “Como 80% do território de Guajará-Mirim é composto de unidades de conservação, precisamos encontrar alternativas para impulsionar a economia local. As obras transformarão a cidade num polo industrial”, afirmou.

Rondonotícias

Aprovação mais alta do PT projeta bancada recorde

Partido tem maior relação entre preferência do eleitor e votos para deputado

Se for mantida agora a coincidência de índices dos últimos 20 anos, partido poderá eleger mais de cem deputados


Partido mais popular do país desde o ano 2000, o PT reconquistou o apoio que havia perdido durante a crise do mensalão e hoje é apontado como a legenda preferida por 25% dos eleitores, patamar mais alto de sua história.

O partido, que chegou a ter 24% de preferência em dezembro de 2004, despencou para 15% em fevereiro de 2006, oito meses após a denúncia do mensalão.

A recuperação começou depois da reeleição de Lula. Em dezembro de 2009, o PT atingiu 25% de preferência popular, valor que permanece estável desde então (os números são do Datafolha).

A retomada da popularidade em ano eleitoral pode ser vista como indicador de aumento da bancada petista na Câmara dos Deputados.

Levantamento feito pela Folha mostra que há 20 anos existe grande correlação entre o índice de preferência do PT e o total de votos que o partido obtém para seus candidatos a deputado federal.

Se a correlação se mantiver na disputa deste ano, o PT poderá eleger mais de cem deputados federais.

Em 1990, segundo o Datafolha, 9% dos eleitores afirmavam que o PT era seu partido preferido. A legenda teve então 10,2% dos votos e elegeu 7% dos deputados.

Em 1994, com 13% de preferência, teve 12,9% dos votos e 9,6% de deputados; em 1998, 11% de preferência, 11,2% dos votos e 11,3% de deputados; em 2002, 20% de preferência, 18,4% dos votos e 17,7% de deputados; em 2006, 16% de preferência, 14,9% dos votos e 16,2% de deputados federais.

A diferença entre a preferência do PT aferida pelo Datafolha e o percentual de votos do partido nunca superou 1,6 ponto percentual.

Já a discrepância em relação às bancadas eleitas é maior (3,4 pontos), em razão das coligações partidárias e sobretudo das distorções na distribuição das cadeiras da Câmara entre os Estados.

Na década de 90, o PT era mais forte no Sul e no Sudeste. Com 60% do eleitorado, as regiões tinham 49,6% das vagas na Câmara. Daí por que o partido conquistava menos cadeiras que votos.

O crescimento nos anos posteriores ocorreu sobretudo no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que têm proporcionalmente mais vagas. Em 2006, a legenda conseguiu mais cadeiras que votos.

O PT também chegou aos grotões. Em 1993, estava presente de forma organizada em cerca de 40% das cidades; em 2009, em 96%.

Outros partidos


A preferência partidária não é um indicador necessário de intenção de voto.

Se a regra parece valer para o PT, no caso dos outros partidos não é possível encontrar correlação. Em 2006, por exemplo, o PSDB elegeu 12,9% dos deputados, mas tinha 5% de preferência. Já o PP, com 1% de preferência, elegeu 8% dos deputados.

O PT hoje é exceção quando o assunto é preferência partidária. Metade dos eleitores declara não ter nenhum partido predileto.

As demais siglas têm índices bem menores. O segundo colocado é o PMDB, com 7%, seguido pelo PSDB, com 5%.

Folha de São Paulo

Todos querem ser Lula

Não importa o partido, pouco importa o credo, hoje no Brasil quase todos candidatos prometem ser uma extensão de Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo as pesquisas, o presidente é capaz de influenciar quase dois terços do eleitorado brasileiro

Próximo de deixar o poder, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exerce um papel, nessas eleições, que nenhum de seus antecessores imaginou cumprir, mesmo os mais populares, como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. Em fim de governo, ele não é diretamente atacado por ninguém e, apesar de não ser candidato a nada, transformou-se no personagem central da disputa. Segundo a última pesquisa Datafolha, Lula exerce influência sobre quase dois terços do eleitorado 42% dizem que votarão com certeza no candidato apoiado pelo presidente e 23% afirmam que talvez o façam. Por isso, na eleição presidencial, Lula é o principal cabo eleitoral. Herdeira de parte da popularidade do presidente, Dilma Rousseff já combina os eventos de campanha com a agenda do Planalto. Nas disputas estaduais, os candidatos também se esforçam para colar sua imagem à de Lula, independentemente dos partidos políticos aos quais são filiados. Além de implorar pela mensagem de apoio no rádio e tevê, fazem questão da companhia do presidente em seus santinhos. Adversários tentam aderir de alguma maneira. Oposicionistas fazem questão de posar ao lado de Lula no material de campanha. Apoio Lula desde 2006, justifica o candidato ao governo do Piauí, João Vicente Claudino (PTB), que faz oposição ao PT no Estado.

De olho nos votos que podem receber em outubro, outros candidatos nas disputas regionais tentam se confundir com o presidente ao registrar o nome Lula no TSE, e até moldam as feições do rosto para, propositalmente, ficarem parecidos com ele. É o caso do ex-coveiro Luiz da Silva, candidato a deputado federal por São Paulo. Além de ter batizado o nome Lula na urna eletrônica, Luiz ficou parecido fisicamente com o presidente da República ao deixar a barba crescer. A semelhança foi atestada pelo próprio presidente. Quando nos encontramos, recentemente, Lula disse que nunca tinha visto alguém tão parecido com ele, afirma Luiz da Silva. O candidato conta com apenas dez segundos no horário eleitoral gratuito na televisão, mas aposta no fato de ser homônimo e na semelhança com Lula para conquistar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Perdi outras duas eleições, mas, na ocasião, Lula nem era presidente ainda, disse. Há ainda Lulas na Bahia e no Pará. Um deles é o paraense Angelo da Silva Pereira, candidato a deputado estadual pela segunda vez. Natural de Lauro de Freitas, o baiano Luis Lula Maciel admite que o nome ajuda a ganhar eleição. Já fui duas vezes vereador. Em 2004 e 2008, diz ele, que também concorre a uma vaga na Assembleia Legislativa.

Nas eleições estaduais, a disputa pelo uso da imagem de Lula no material de campanha é tão acalorada que foi parar na Justiça. No Piauí, Wilson Martins (PSB) recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral para impedir Claudino (PTB) de aparecer ao lado de Lula em cartazes e santinhos. No Ceará, a coligação do atual governador e candidato à reeleição, Cid Gomes (PSB), pretende fazer o mesmo com o candidato do PR, Lúcio Alcântara, cujo candidato ao Senado é Alexandre Pereira, do PPS, partido que faz contundente oposição ao presidente. Vamos questionar o uso de cartazes em que Lúcio aparece ao lado de Lula, disse Cid Gomes, por intermédio de sua assessoria. Há outra situação esdrúxula em Fortaleza: tanto José Pimentel (PT) quanto Eunício Oliveira (PMDB) se proclamam o senador de Lula. Na Paraíba, a situação é parecida. O PT também não aceita que o candidato ao governo Ricardo Coutinho (PSB) mencione Lula no jingle. Os petistas apoiam José Maranhão (PMDB).

Em Mato Grosso, Mauro Mendes (PSB), aspirante ao governo, sonha com a presença de Lula em seu palanque. O candidato ao Senado, o petista Carlos Abicalil, no entanto, já obteve de José Eduardo Dutra, presidente nacional do PT, o compromisso de que Lula só aparecerá ao lado de seu aliado, o peemedebista Silval Barbosa. O problema, neste caso, é que o próprio Lula tem dito, em conversas reservadas, que não pretende se expor muito nessa primeira fase das eleições. Pelo menos nas disputas regionais. Ele revelou, em recente reunião em Brasília, que só vai entrar em campo quando o cenário estadual estiver mais definido. O presidente quer entrar para decidir, disse um ministro próximo de Lula.

A influência de Lula nas eleições pode ser medida pelas recentes pesquisas. Além da do Datafolha, segundo a qual Lula tem hoje 77% de popularidade, um levantamento encomendado pelo PSDB, ao qual ISTOÉ teve acesso, revela que o presidente é visto por parte expressiva da população como o político ideal. Isto explica a posição de Serra, que evita ataques frontais ao presidente e elogia com entusiasmo seus programas sociais.

É na onda de popularidade de Lula que Dilma pretende surfar. Os dividendos eleitorais já podem ser contabilizados pela candidata petista. As duas subidas de Dilma nas pesquisas eleitorais, desde o fim do ano passado, coincidem com um aumento no percentual de eleitores informados sobre o fato de que ela é a candidata do presidente. O Datafolha estabelece uma relação direta entre a informação sobre a opção de Lula na campanha e o desempenho de Dilma. Em maio, quando Dilma subiu sete pontos percentuais e empatou com José Serra com 37% das intenções de voto, os índices dos que tinham conhecimento sobre quem Lula apoiava aumentaram de 61% para 71%. Um quinto dos eleitores de Serra ainda afirma que pretende votar com certeza na pessoa apoiada por Lula. Ou seja, o PT aposta que ainda há uma boa margem para migração de votos de Serra para Dilma, quando estes supostos desavisados descobrirem a preferência de Lula.

Ao contrário do seu comportamento em relação às eleições estaduais, Lula não esconde de ninguém que fará de tudo para eleger Dilma sua sucessora. Neste e nos próximos dois fins de semana, Lula terá compromissos casados com os de sua candidata à Presidência. A agenda deste fim de semana prevê a ida da dupla ao Rio Grande do Sul e ao Paraná. O itinerário incluiu uma volta à Boca Maldita, movimentado centro curitibano. Na semana que vem o destino será Minas Gerais, Estado em que Dilma tem crescido nos últimos meses. Nos dias 13 e 14 de agosto, Lula e Dilma farão visita a uma porta de fábrica na região do ABC. Com a ida ao berço político do presidente, a petista realizará um desejo alimentado por todos os candidatos: o de ser cada vez mais Lula.

ISTOÉ