sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Incra entrega primeiro título de terra a comunidade quilombola de Rondônia

O Incra entregará o primeiro título de domínio de terras a uma comunidade quilombola de Rondônia, neste sábado (23). Localizada a 108 quilômetros do município de São Miguel do Guaporé (RO), a Comunidade de Jesus, reconhecida como quilombola pelo órgão em 2009, receberá o título da terra em caráter definitivo, às 10h, no local.

A área titulada é de 5.627,30 hectares, nas glebas Rio Branco e Bom Princípio III, sendo 10% em terra firme e o restante em florestas inundáveis e está dentro da faixa de fronteira, o que exigiu a autorização do Conselho de Defesa Nacional para a emissão do título.

Os negros da Comunidade de Jesus têm origem em um grande contingente de populações negras que foram abandonadas no Vale do Guaporé, no século XIX. Vieram de Vila Bela de Santíssima Trindade, instalaram-se em Limoeiro e depois migraram para São Miguel do Guaporé. As famílias do local originam-se de um único tronco: o casal Jesus Gomes de Oliveira e dona Luíza Assunção.

Essa é uma conquista fundamental para uma comunidade quilombola, avaliou o superintendente regional do Incra/RO, Carlino Lima. "Apesar de ainda terem muitas carências devido a um processo histórico, especialmente de infraestrutura, educação e saúde, a titulação vai trazer segurança jurídica para os moradores iniciarem uma nova etapa na vida da comunidade", afirmou o superintendente.

O título foi outorgado à Associação Quilombola Comunidade de Jesus, possui caráter perene, coletivo, pró-indiviso e sem prescrição, ficando vedada qualquer negociação das terras e devendo permanecer sob o uso e posse dos moradores e de seus sucessores legítimos. De acordo com o que está expresso no verso do documento, o imóvel se destina às atividades extrativistas, agroindustriais, culturais e de preservação do meio ambiente para garantir a auto-sustentabilidade local.

Esperança

A professora Esmeraldina Leite Coelho, integrante da comunidade, conta que o processo de reconhecimento foi iniciado em 2005, quando seus membros tiveram acesso às informações do programa do Governo Federal Brasil Quilombola. "Foi a volta de uma esperança que já não tínhamos mais", disse. De acordo com a professora, as pessoas viviam de uma agricultura de subsistência, com grandes dificuldades de acesso à cidade mais próxima, especialmente no inverno, quando a sobrevivência era garantida pela aposentadoria do senhor Jesus e de sua esposa.

A economia local é de base agropastoril para subsistência e vendas de excedentes, como arroz, feijão, milho e macaxeira. O extrativismo deixou de ser praticado e os castanhais foram destruídos pelos fazendeiros que os transformaram em pastos. Segundo ela, o objetivo da comunidade agora é prosperar, investindo na produção através de financiamentos bancários e outros recursos, que requerem a titulação da propriedade.

Entre as tradições culturais da Comunidade de Jesus está a festa de Nossa Senhora da Conceição, em oito de dezembro, com participação de pessoas de todo o vale e das cidades próximas. A festa inclui missa, muita comida, bebida e forró. É comemorado também o dia de Santa Rosa, em 30 de agosto, com jejum e penitências.

Rondônia possui outras comunidades quilombolas reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares: Santo Antônio, Pedras Negras, Forte Príncipe da Beira, Santa Fé e Laranjeiras. O superintendente do Incra/RO garantiu que o órgão está empenhado na continuidade da regularização de todas as comunidades, georreferenciando, demarcando e titulando suas áreas.

Incra

Popularidade de Lula e Nordeste alavancam Dilma

Avaliação positiva do presidente sobe na reta final e vai a 82%; no NE, vantagem da petista é de 37 pontos

Única região em que o tucano se mantém na liderança é o Sul; no Sudeste, Dilma está numericamente à frente


A melhora de Dilma Rousseff (PT) teve como alavanca principal o seu desempenho no Nordeste, combinado com um novo recorde de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No Nordeste (cerca de 27% dos eleitores do país), Dilma cresceu cinco pontos em uma semana, indo de 60% a 65% das intenções de voto.

Já Lula registrou nesta semana 82% de aprovação para o seu mandato (respostas "bom" e "ótimo"), a maior taxa desde quando assumiu o Planalto, em janeiro de 2003.
Essa é também a melhor marca já apurada pelo Datafolha para todos os presidentes civis desde 1985.

Ao mesmo tempo, Dilma oscilou positivamente entre os que acham o governo Lula bom ou ótimo. Ela tinha 56% na semana passada e foi a 58%. Esse movimento coincide com a presença mais frequente do presidente na propaganda de TV da petista.

Já José Serra (PSDB) continua estável com 33% de intenção de votos entre os que aprovam o governo Lula.

Quando se consideram as regiões do país, o tucano só lidera no Sul, com 50% (tinha 48% semana passada) contra 39% da petista (cujo percentual era de 40%).

No Nordeste, a vantagem de Dilma é de 37 pontos, pois Serra pontua 28% na região. No Norte e no Centro-Oeste combinados, a petista tem 49% contra 42% do tucano.

No Sudeste, região com o maior eleitorado do país (cerca de 43% do total), continua a vigorar um empate técnico -mas nota-se uma gradual melhora de Dilma e uma estagnação de Serra.

Logo depois do primeiro turno, a petista tinha 41% no Sudeste. Na semana passada, foi a 43%. Agora, está com 44% e numericamente à frente de Serra, cujo percentual é de 43% (o tucano começou o mês com 44%).

Religião

Há sinais de que aos poucos Dilma foi também estancando sua perda de votos entre certos grupos religiosos.[

No estrato de eleitores que se declaram católicos (62% do total do país), tinha 51% na semana passada e foi a 54% agora. Serra manteve-se estável em 38%.

No segmento de espiritistas kadercistas (3% do total), Dilma foi de 36% para 46% em uma semana. Serra desceu de 53% para 42%.

No segmento de eleitores com renda familiar de até dois salários mínimos (46% da população), Dilma melhorou quatro pontos: de 51% para 55%, e Serra oscilou de 36% para 34%.

Folha de São Paulo

Vantagem de Dilma sobre Serra sobe a 12 pontos

Considerando os votos válidos, petista varia 2 pontos para cima e tucano, 2 para baixo, aponta o Datafolha

Dilma Rousseff (PT) estancou a perda de votos iniciada no final de setembro, subiu e agora está 12 pontos à frente de José Serra (PSDB) na disputa pelo Planalto, revela o Datafolha. Em votos válidos(excluídos brancos, nulos e indecisos), a petista tem 56%, e o tucano, 44%.

A petista variou dois pontos para cima, e o tucano, dois para baixo. O levantamento mostra ainda que Dilma subiu de 23% para 31% entre os eleitores de Marina Silva (PV) no primeiro turno; Serra caiu de 51% para 46%. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos.

Por regiões, Dilma subiu de 60% para 65% no Nordeste e obteve empate técnico com Serra no Sudeste (44% a 43%). Dizem-se totalmente decididos sobre o voto 88%, e 10% cogitam mudar de opinião.

Dilma vai a 56% dos válidos e abre 12 pontos sobre Serra

Petista cresce 8 pontos entre eleitores que votaram em Marina no 1º turno

Audiência do horário eleitoral na TV cresceu, e 63% afirmam já ter assistido à propaganda pelo menos uma vez


Pesquisa Datafolha confirma que Dilma Rousseff (PT) estancou sua perda de votos iniciada no final de setembro. A petista voltou a subir e agora tem uma vantagem de 12 pontos sobre José Serra (PSDB) na disputa pela Presidência da República.

Quando se consideram os votos válidos (excluídos brancos, nulos e indecisos), a petista tem 56% contra 44% do tucano. Esses 12 pontos de vantagem estão abaixo do que foi registrado na véspera da eleição do último dia 3, quando o Datafolha fez uma simulação de eventual segundo turno -Dilma tinha 57% contra 43% de Serra.
A pesquisa foi encomendada pela Folha e pela Rede Globo. O Datafolha entrevistou ontem 4.037 pessoas em 243 cidades. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos.

Em relação à semana passada, as oscilações dos percentuais totais de votos válidos foram todas no limite da margem de erro. Dilma tinha 54% (com mais dois pontos, foi a 56%). Serra tinha 46% (e deslizou para 44%).

Nos votos totais, Dilma aparece com 50% (tinha 47% há uma semana). Serra tem 40% (contra 41% do levantamento anterior). Os que dizem votar em branco, nulo ou nenhum continuaram estáveis, com 4%. Os indecisos oscilaram de 8% para 6%.

Votos de Marina

Os votos da terceira colocada no primeiro turno, Marina Silva (PV), registraram um movimento favorável a Dilma nesta semana. A petista cresceu oito pontos nesse grupo, de 23% para 31%.

Ainda assim, Dilma continua bem atrás de Serra entre os "marineiros". O tucano sofreu uma queda de cinco pontos, de 51% para 46%.

Há poucos eleitores se dizendo disponíveis para os candidatos aumentarem seus percentuais. Segundo o Datafolha, 89% dos brasileiros declaram-se totalmente decididos sobre em quem votar no dia 31. Apenas 10% cogitam mudar de opinião.
O Datafolha registrou também um fenômeno comum nesta época em períodos eleitorais: aumentou a audiência dos comerciais dos candidatos na TV. Nesta semana, 63% afirmaram ter assistido pelo menos uma vez à propaganda -na semana passada, o percentual era de 52%.

O maior número de eleitores que assistem ao horário eleitoral está no Sul (71%). No Nordeste, o percentual é o menor do país, com 61%.

O debate Folha/RedeTV!, realizado domingo passado, foi visto inteiro ou em parte por 25% dos eleitores.

Segundo o Datafolha, entre os que viram ou ouviram falar do encontro, 24% disseram que Serra foi o vencedor, e 23% apontaram Dilma.

Quando se consideram só os que viram na íntegra, o tucano foi apontado como vencedor por 47% contra 37%.

Folha de São Paulo

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Ibope aponta 11 pontos de vantagem para Dilma

Ibope aponta 11 pontos de vantagem para Dilma

Ibope mostra petista com 51% das intenções de voto, ante 40% de Serra; voto feminino explica crescimento

Em uma semana, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, ampliou de 6 para 11 pontos porcentuais sua vantagem em relação ao tucano José Serra, segundo pesquisa Ibope para o Estado e a TV Globo. A petista tem 51% das intenções de voto, ante 40% do adversário. Em relação à sondagem anterior, divulgada no dia 4, Dilma oscilou dois pontos para cima, e Serra caiu três. Levando-se em conta apenas os votos válidos (excluídos nulos, brancos e eleitores indecisos) a candidata do PT lidera com 12 pontos de vantagem (56% a 44%), seis a mais do que na semana passada (53% a 47%). No primeiro turno, ela teve 46,9% dos votos válidos, ante 32,6% do adversário. O avanço de Dilma pode ser explicado pelo comportamento do eleitorado feminino. Nesse segmento, ela abriu sete pontos de vantagem (48% a 41% dos votos totais), saindo da situação de empate (em 46%) registrada na pesquisa anterior.


Ibope mostra Dilma com 56% dos votos válidos, contra 44% de Serra

Em uma semana, a candidata petista oscilou dois pontos porcentuais para cima, enquanto o candidato tucano caiu três pontos, aumentando vantagem de seis para 12 pontos neste segundo turno; sondagem foi feita após o segundo debate entre os presidenciáveis

Em uma semana, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, ampliou de seis para onze pontos porcentuais sua vantagem em relação ao tucano José Serra, segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo. A petista tem 51% das intenções de voto, contra 40% do adversário.

Em relação à sondagem anterior, divulgada no último dia 13, Dilma oscilou dois pontos para cima, enquanto Serra caiu três. A pesquisa atual, com entrevistas entre os dias 18 e 20, capta apenas parcialmente os efeitos das entrevistas dos dois presidenciáveis no Jornal Nacional, da TV Globo, mas foi feita integralmente após o debate do último domingo, exibido pela Rede TV.

Levando-se em conta apenas os votos válidos (excluídos nulos, brancos e eleitores indecisos), a candidata do PT lidera com 12 pontos de vantagem (56% a 44%), seis a mais do que na semana passada (53% a 47%). No primeiro turno, ela teve 46,9% dos votos válidos, contra 32,6% do adversário.

Mulheres. O avanço de Dilma pode ser explicado pelo comportamento do eleitorado feminino. Nesse segmento, ela abriu sete pontos de vantagem (48% a 41% dos votos totais), saindo da situação de empate (em 46%) registrada na pesquisa anterior. Entre os homens, a vantagem da petista passou de 12 para 14 pontos (53% a 39%).

Na disputa pelo voto dos religiosos, a candidata governista vem levando a melhor na segunda rodada da eleição, depois de ter perdido simpatizantes na reta final do primeiro turno.

Houve acirramento na diferenciação dos votos entre os mais pobres e mais ricos. Dilma subiu entre os que têm renda familiar de até cinco salários mínimos, e Serra avançou entre os que ganham acima dessa faixa.

Os que estão na base da pirâmide de renda, com ganhos inferiores a um salário mínimo, agora preferem a petista na proporção de dois para um (61% a 31%, contra 57% a 36% na pesquisa anterior).

No topo, entre os que ganham mais de dez salários, o tucano mais que dobrou sua vantagem, de 15 (54% para 39%) para 31 pontos (63% a 32%).

Regiões. A divisão geográfica do eleitorado mostra que Dilma melhorou sua situação em todas as regiões, com exceção do Norte/Centro-Oeste, onde caiu de 51% para 46% e empatou com Serra (47%). No Nordeste, a petista ampliou sua liderança de 21 para 33 pontos (64% a 31%).

No Sudeste, onde havia um empate técnico, Dilma assumiu a ponta, com 45% a 41%. E no Sul, onde Serra vencia por 13 pontos (54% a 41%), ele agora tem 46%, contra 47% da adversária.

A segmentação dos eleitores por escolaridade mostra que Serra só lidera entre os que tem curso superior (47% a 43%).

Na pesquisa espontânea, na qual os entrevistados manifestam sua opção antes de ler a lista de candidatos, Dilma lidera por 47% a 38%. Nessa modalidade, há 8% de indecisos.

Para 80% dos eleitores, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é ótimo ou bom. Outros 3% veem a gestão como ruim ou péssima.

O Estado de São Paulo

Tendência do eleitor é inversa à do primeiro turno

Análise: José Roberto de Toledo*

O Ibope indica que dobrou a diferença de Dilma Rousseff (PT) sobre José Serra (PSDB) na última semana. Houve uma recuperação da petista e uma queda do tucano.

Dilma tem hoje praticamente a mesma vantagem que tinha na mesma época no primeiro turno: 56% contra os 55% de 23 de setembro. Nos 10 dias entre a pesquisa e a votação de 3 de outubro, ele caiu, Marina Silva (PV) subiu e a eleição precisou de um novo turno.

Desta vez há uma diferença importante. No primeiro turno, Dilma vinha em queda desde duas semanas antes da votação. Agora, seu movimento é ascendente. Mais do que o tamanho da vantagem, é o movimento do eleitorado que favorece a petista.

Há indicativos de que a questão religiosa voltou a influenciar o eleitor, mas no sentido oposto. Na rodada anterior do Ibope, Dilma tinha estabilizado entre católicos e evangélicos. Nesta, ela cresceu entre os cristãos e caiu entre agnósticos, ateus e seguidores de outras religiões.

Pelos números, as ações da petista para recuperar o apoio de lideranças evangélicas e católicas surtiram efeito. Isso incluiu a divulgação de uma carta descartando mudar a legislação sobre o aborto – o que pode ter lhe rendido perda de votos entre quem é a favor da liberação da prática, algo mais comum entre agnósticos e ateus.

Ao mesmo tempo, Serra caiu nos segmentos religiosos. Pode ser apenas fruto da recuperação dos eleitores por Dilma. Ou pode ser consequência da divulgação de notícias de que sua mulher teria feito aborto nos EUA, quando estavam exilados. As buscas no Google pelo binômio "Serra + aborto" suplantaram as pelo binômio "Dilma + aborto" na última semana.

*É JORNALISTA ESPECIALIZADO NO USO DE PESQUISAS


O Estado de São Paulo

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Agricultores de Abunã terão áreas recuperadas para melhorar produção

Cerca de 40 produtores rurais da linha 23, do distrito de Abunã, estão sendo beneficiados com o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, da prefeitura de Porto Velho. O secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, José Wildes, esteve no local reunido com os agricultores para falar sobre o programa criado pelo prefeito Roberto Sobrinho, para incorporar ao processo produtivo áreas que antes eram consideradas “mortas” para o cultivo. Do encontro também participaram técnicos da secretaria municipal de Obras (Semob), responsável pela recuperação das estradas rurais.

O programa consiste na correção do solo com a aplicação de calcário que reduz o nível de acidez da terra. A acidez provoca o aparecimento de elementos tóxicos às plantas, afetando negativamente a lavoura e dificultando o aproveitamento dessas plantas, dos elementos nutritivos que existem no solo. As conseqüências são os prejuízos causados pelo baixo rendimento produtivo das culturas. O calcário é o principal produto que corrige essa acidez, por ser constituído de uma rocha moída que contém em sua composição carbonato de cálcio e magnésio.

José Wildes lembrou que essa é a primeira vez que o programa atende os agricultores da região do Abunã. “Para eles essa tecnologia é uma novidade. E lá vamos apoiar o cultivo do abacaxi que é o grande potencial da região. Com a recuperação dessas áreas, acreditamos num aumento significativo na produção de abacaxi pelos produtores locais”, disse o secretário.
Nesse primeiro momento, está sendo feito o destocamento das áreas, que consiste na limpeza do local com trator de esteira, para que depois seja feita a gradagem, etapa em que o solo é revolvido por tratores agrícolas para poder receber o calcário. Na última etapa é feita a incorporação do calcário ao solo estéril.

Social, econômico e ecológico

Além de trabalhar o solo, outra vantagem apontada pelo secretário José Wildes, é que o programa de uma só vez consegue trabalhar o social, ao manter o agricultor e sua família com um trabalho estável no campo; o econômico, com a geração de renda por meio da venda dos produtos comercializados e o ecológico, ao evitar queimadas e o desmatamento.

O Programa de Recuperação de Áreas Degradadas foi criado para incorporar ao espaço produtivo do município, as áreas que deixaram de ser aproveitadas pelos agricultores e que por causa do abandono, ficaram improdutivas, transformando-se em capoeira (vegetação de arbustos). Isso acontecia porque o agricultor desmatava a floresta para fazer seu plantio e deixava de lado a terra depois que não conseguia plantar mais nada.

Com o programa a prefeitura de Porto Velho passou a trabalhar nesses terrenos, visando o reaproveitamento. A medida impede que novas glebas de floresta nativa sejam desmatadas ao permitir que o trabalhador rural permaneça no local onde antes ele plantava.

Ascom

Dilma recebe apoio de parlamentares do PV e promete cumprir metas de redução de desmatamento

O ato público em defesa do meio ambiente do qual participou hoje (20) a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, serviu para demonstrar o apoio de deputado federais, estaduais e de dirigentes do Partido Verde à petista neste segundo turno das eleições. Entre eles está o ex-coordenador da campanha de Marina Silva, no primeiro turno, Pedro Ivo. Também aderiram à campanha de Dilma, eleitores emblemáticos da senadora, como Ângela Mendes, filha do ambientalista Chico Mendes.

Dilma reafirmou compromissos na área ambiental, como o acordo assumido pelo Brasil na COP 15 em Copenhague de redução da emissão de gases de efeito estufa, entre 36,1% e 39,9% até 2020, além de diminuir o desmatamento na Amazônia. “Nossa posição na COP 15 foi das mais avançadas. Não olhamos para os outros países para decidir o que fazer. Assumimos uma posição baseada na expectativa do nosso povo.”

Dilma teve o discurso interrompido por manifestantes do Greenpeace que abriram uma faixa para reivindicar desmatamento zero na Amazônia. Ela ressaltou, porém, que não faz acordo apenas para ganhar eleição. “O que nós acordamos em Copenhague eu vou cumprir, que foi a redução no desmatamento de 80% na Floresta Amazônica”, disse. Ela ressaltou que não vai ter tolerância com desmatadores.

Em conversa com jornalistas depois do discurso, Dilma classificou de demagógica a ação do Greenpeace. Ela disse que recebeu uma carta de reivindicações do grupo que pedia o fim do desmatamento na Amazônia. Entretanto o documento não estabelecia prazos e nem sugestões de como alcançar a meta. “Isso eu não assumo. É demagógico”, ressaltou.

O ato serviu também para marcar o apoio de cerca de 50 entidades que compõem o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo à campanha de Dilma.

As organizações – entre elas a Cáritas Brasileiras, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) – entregaram à Dilma uma carta com dez pontos em que pedem o apoio e o estímulo à agricultura familiar, além da priorização da reforma agrária. As entidades reivindicam também a elaboração, com a participação dos movimentos do campo, do Terceiro Plano Nacional de Reforma Agrária com o objetivo de assentar as famílias sem terra que já vivem em assentamentos.

No programa de governo de Dilma constam treze compromissos na área ambiental. Entre eles estão o avanço do crescimento econômico com sustentabilidade ambiental, inclusive com a baixa emissão gás carbônico (CO2) e com foco na Amazônia.

Agência Brasil

RO: Assentamentos participam de campanha para recolhimento de embalagens de agrotóxicos

A equipe do Programa de Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária (Ates) do Incra, que atua nos assentamentos Joana D´Arc I, II e III, em Porto Velho (RO), realizou uma campanha itinerante de recolhimento de embalagens de agrotóxicos com os agricultores locais, em parceria com a Idaron e a Santo Antonio Energia, nos dias 16 e 17 de outubro.

A campanha teve objetivo educativo, pois além de recolher as embalagens, foram ministradas palestras através dos técnicos da Emater e Idaron sobre a não reutilização das embalagens, a importância da tríplice lavagem, cuidados necessários ao manusear agrotóxico e saúde no meio rural.

O extensionista rural do Ates/Emater, Audizio Carneiro, informou que essa foi a primeira campanha sobre o tema nos assentamentos, mas garantiu que a ação ocorrerá semestralmente para evitar a reutilização dessas embalagens. "O maior alvo é a redução do consumo do agrotóxico nas lavouras", afirmou.

A ação itinerante de recolhimento ainda continua nos assentamentos, já que os agricultores poderão levar as embalagens para o escritório da Emater, na linha 11, ou para o assentamento Joana D´arc I. A Idaron recolherá mensalmente as embalagens vazias e destinará ao posto.

Cursos e atividades de lazer

Os técnicos do Ates/Emater ministraram curso de pintura em tecido para 14 agricultoras dos assentamentos Joana D´Arc. "O curso foi de grande valia para a comunidade, pois despertou habilidade artesanal, podendo ser um canal de comercialização e geração de renda para essas famílias", avaliou a extensionista social Virginia Avelar. Segundo ela, no término do curso foi proposta a formação de um grupo de artesanato das agricultoras, onde se colocará em prática as técnicas aprendidas, possibilitará a troca de experiências e o fortalecimento da mulher rural.

O lazer também está na pauta da equipe. No Dia das Crianças, em parceria com a Santo Antonio Energia, a equipe do projeto levou muitas brincadeiras, palhaço, bolo, doces, salgados, geladinho e caça-tesouro às crianças dos assentamentos. Além das brincadeiras foi ainda ministrada uma palestra para os pais sobre direitos e deveres das crianças, enfatizando que todo dia elas merecem ser ouvidas, respeitadas e educadas.

Incra

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Dilma aparece 14 pontos à frente de Serra, mostra pesquisa

Candidata do PT tem 57% de votos válidos, contra 43% do tucano

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, aparece 14 pontos à frente de José Serra (PSDB) na disputa do segundo turno. Pesquisa Vox Populi divulgada na madrugada desta terça-feira (19) mostra Dilma com 57% dos votos válidos (quando os votos brancos e nulos são descartados), contra 43% de Serra.

Quando são consideradas as intenções de voto, Dilma tem 51%, e Serra aparece com 39%. Votos brancos e nulos, neste caso, somam 6%, e indecisos, 4%. A margem de erro da sondagem é de 1,8 ponto percentual, para mais ou para menos.

Na pesquisa mais recente para o segundo turno, divulgada no dia 15, Dilma aparecia oitos pontos à frente de Serra. O Datafolha mostrou a petista com 54% dos votos válidos, contra 46% do adversário.

O Vox Populi ouviu 3.000 eleitores do dia 15 ao dia 17 de outubro. A sondagem foi feita a pedido do portal iG. O registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) foi feito com o número 36193/2010.

R7

Ibope aponta vantagem do peemedebista Confúcio Moura em Rondônia

O peemedebista Confúcio Moura, candidato ao governo de Rondônia, aparece na liderança das intenções de voto segundo pesquisa Ibope divulgada na noite de ontem (18).

Confúcio tem 52% dos votos totais, contra 39% do atual governador e candidato à reeleição João Cahulla (PPS) --que é apoiado pelo ex-governador e senador eleito Ivo Cassol (PP). Os indecisos somam 6% das respostas e brancos e nulos, 3%.

Considerados apenas os votos válidos, Confúcio teria 58% e Cahulla, 42%.

Esta é a primeira pesquisa de intenção de votos para o segundo turno divulgada pelo Ibope em Rondônia. O levantamento foi feito entre os dias 15 e 17 de outubro. Foram ouvidos 812 eleitores em 30 municípios.

A pesquisa foi registrada no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Rondônia sob o número 29741/2010.

Folha Online

Ambientalistas que estavam com Marina manifestam apoio a Dilma

Alguns dos principais ambientalistas do país que acompanharam Marina Silva no primeiro turno decidiram lançar um manifesto de apoio à candidata do PT, Dilma Rousseff. O manifesto traz o apoio individual de respeitados dirigentes do movimento socioambientalista ligados a organizações como o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), a Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) e Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais pelo Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável (FBOMS).

Apesar de a candidata derrotada do PV nas eleições, Marina Silva, ter oficializado no domingo (17) sua posição de “independência” em relação ao segundo turno da disputa presidencial, alguns dos principais ambientalistas do país que a acompanharam no primeiro turno decidiram lançar um manifesto de apoio à candidata do PT, Dilma Rousseff. O manifesto será lido nesta segunda-feira (18) no Rio de Janeiro, durante o ato de apoio à petista organizado por intelectuais e artistas - comandados por Chico Buarque, Leonardo Boff, Emir Sader e Eric Nepomuceno - no Teatro Casa Grande.

A leitura do manifesto de apoio dos ambientalistas e sua entrega à Dilma serão realizadas por Ivan Marcelo Neves, que é secretário-executivo do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais pelo Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável (FBOMS). Neves, no entanto, esclarece que o manifesto é uma iniciativa individual de cada um dos dirigentes signatários e que o mesmo não trará a assinatura das entidades, organizações ou redes do movimento socioambientalista: “Dentro do FBOMS, por exemplo, existem setores que não são favoráveis a apoiar o candidato A ou B. Vamos respeitar essa diversidade, até porque não houve tempo para uma discussão aprofundada. Por isso, as manifestações de apoio são individuais”.

Mesmo não sendo assinado pelas entidades, o manifesto traz o apoio individual de respeitados dirigentes do movimento socioambientalista ligados a organizações como o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), a Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA) e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), entre outras, além do próprio FBOMS. Por isso, a divulgação do manifesto logo no dia seguinte ao anúncio da opção de Marina e do PV pela “independência” é vista com muitos bons olhos no comando da campanha de Dilma, que enxerga no documento um importante trunfo para conquistar parte dos votos destinados à candidata verde no primeiro turno.

No manifesto, obtido em primeira mão pela Rede Brasil Atual, os ambientalistas afirmam “assumir com firmeza política” o apoio à Dilma: “Mesmo considerando que o governo Lula não foi tão longe quanto poderia ir na área de meio ambiente, avaliamos como indiscutíveis os avanços deste em relação ao governo anterior, comandado pelo PSDB de Fernando Henrique Cardoso. Consideramos também que a eventual eleição do candidato José Serra representaria um enorme e perigoso retrocesso nas políticas ambientais brasileiras”, diz o documento.

Apesar das críticas ao governo federal, os ambientalistas reconhecem os avanços conquistados pelo país: “Nos últimos oito anos, o Brasil avançou em suas políticas ambientais e se consolidou como um ator de primeira importância nas discussões internacionais sobre temas como mudanças climáticas, proteção à biodiversidade e preservação das florestas, entre outros. Nós avaliamos que as conquistas do país na área ambiental são méritos tanto da gestão de Marina Silva à frente do Ministério do Meio Ambiente quanto da gestão de Carlos Minc, que a substituiu no MMA”, diz o manifesto.

Código Florestal

Além da carta de apoio, o manifesto traz também uma série de propostas que serão levadas à apreciação do comando da campanha de Dilma. Entre elas, destaque para a proposta de “aprofundar junto à sociedade civil e às entidades do movimento socioambientalista as discussões sobre as alterações propostas no Código Florestal e evitar o retrocesso na legislação ambiental atualmente defendido por alguns setores da sociedade representados no Congresso Nacional”.

No total, serão levadas ao conhecimento da candidata do PT vinte e cinco propostas que tratam de temas como mudanças climáticas, desmatamento, biodiversidade, agrotóxicos, transgênicos, conhecimentos tradicionais, bacias hidrográficas, políticas energéticas e licenciamento ambiental, entre outras: “Nós, abaixo assinados, estamos convictos que um governo comandado por Dilma Rousseff terá muito mais condições e vontade política para implementar esse conjunto de propostas - assim como de fortalecer a participação do movimento socioambientalista na elaboração e implementação das políticas públicas ambientais - do que um governo de José Serra”, afirma o manifesto.

Propostas

Logo após o anúncio da posição de Marina Silva e do PV, alguns ambientalistas que agora declaram apoio à Dilma chegaram a hesitar em apresentar uma pauta de reivindicações ao comando da campanha petista, uma vez que a ex-ministra do Meio Ambiente já havia feito o mesmo. Ao final, no entanto, prevaleceu a visão de que uma mera declaração de apoio sem a inclusão de propostas passaria a impressão de pouca consistência política.

“Entre as propostas apresentadas pelo PV, foi o PT o partido que mais apresentou concordâncias neste segundo turno das eleições. Nós ambientalistas não estamos colocando nada do que já não tenhamos pautado o atual governo e outros governos. Estas são as reivindicações dos ambientalistas. Devemos tê-las sempre, pois isso demonstra que somos coerentes em qualquer situação”, diz Ivan Marcelo Neves.

Agência Carta Maior

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Pronaf e Ater garantem mais renda e aumento da produção de agricultor do Norte

Com a ajuda da assistência técnica, Esmeraldo Pedroso, 45 anos, já acessou três vezes as linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no estado de Rondônia. Com os financiamentos, ele investiu na plantação de culturas permanentes, como pupunha, café e cupuaçu, e comprou máquinas agrícolas. Hoje, a renda bruta anual de Esmeraldo é de R$ 60 mil.

“Tenho prosperado desde que acessei o primeiro financiamento. Nunca imaginei ganhar tão bem”, diz Esmeraldo. Desse valor, 30% é para investir na sua propriedade de 95 hectares. O restante do orçamento vai para as despesas fixas e eventuais, incluindo os estudos dos filhos. “Não falta mais nada”, diz.

O agricultor, nascido em Santa Catarina, decidiu ir morar no Norte no início dos anos 1990. Depois de casar, comprou um terreno no distrito de Nova Califórnia, Município de Porto Velho (RO). “Depois que conseguimos comprar o sítio e com o acesso às linhas de crédito do Pronaf, começamos a plantar e não paramos mais”, conta.

Esmeraldo diz que antes das linhas de crédito ele trabalhava como peão nas fazendas. Agora, porém, sua realidade é outra. “Sinto vontade de melhorar e de crescer a cada dia. Diante das facilidades de acesso aos financiamentos oferecidos pelo MDA, hoje sei que isso é possível”.

Nos 20 hectares de área plantada, há palmito de pupunha, café, cacau, cupuaçu e castanha. Da andiroba e da copaíba, também cultivados na propriedade, são extraídos os óleos para o comércio de cosméticos e remédios. Aproximadamente 90% da produção do agricultor vai para a Associação dos Pequenos Produtores do Projeto Reca, responsável pela industrialização e comercialização da matéria-prima recebida do grupo de agricultores familiares associados.

Para diversificar sua produção e gerar mais renda, Esmeraldo procurou a ajuda da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) local para elaboração dos projetos técnicos. É o técnico quem verifica se há viabilidade ou não de produção na propriedade e retorna para fazer o acompanhamento do plantio.

Financiamentos

Com o primeiro financiamento de R$7,2 mil, acessado pela linha de crédito do Pronaf D, ele investiu na plantação de dois hectares de palmito de pupunha, copaíba, andiroba e outras plantas da região.

Com o aumento da área plantada, a demanda do serviço triplicou e ele sentiu necessidade de comprar um equipamento para ajudar nos trabalhos. Em 2008, Esmeraldo conseguiu outro financiamento pelo Pronaf D, no valor de R$ 8 mil, investiu na plantação de mais quatro hectares e comprou uma carreta para o seu trator. “O novo equipamento me auxilia no transporte da colheita”, esclarece.

Por último, acessou o Programa Mais Alimentos, e com o valor de R$ 13 mil, a juros de 2% ao ano, carência de três anos e prazo de oito anos para pagar, ele adquiriu uma roçadeira e uma enxada rotativa. Os novos equipamentos servem para capinar e auxiliam na plantação das mudas.

Futuro

A meta agora é adquirir um novo empréstimo por meio do Programa Mais Alimentos para financiar um caminhão, pois o custo para transportar sua produção é alto. “Gasto uma média de R$ 7 mil por mês de frete”, afirma o agricultor. Anualmente, ele produz em torno de 150 toneladas de culturas diversas, principalmente as permanentes como café, cupuaçu, palmito e a fruta da pupunha.

Rondonotícias

Fome diminui no Brasil, mas cresce no mundo

A maior participação da sociedade civil na elaboração de políticas públicas para alimentação e diminuição da pobreza são fatores que fazem com que o Brasil tenha motivos para comemorar o Dia Mundial da Alimentação, de acordo com a conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Elisabetta Recini.

Entre 1995 e 2008, a pobreza absoluta (rendimento médio domiciliar per capita de até meio salário mínimo mensal) caiu 33,6% no país, o que significa que 12,8 milhões de pessoas aumentaram seu rendimento. No mesmo período, 13,1 milhões de brasileiros superaram pobreza extrema (rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo mensal), diminuindo em 49,8% a quantidade de pessoas nessa condição. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Como conquista na área neste ano, a conselheira citou a aprovação da Emenda Constitucional 64, que inclui a alimentação entre os direitos sociais estabelecidos na Constituição Federal e a assinatura da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Este documento define estratégias para assegurar a alimentação adequada e saudável em todo o país.

Outro motivo de comemoração destacado pela conselheira é o aumento da participação de setores civis, como indígenas, quilombolas e pesquisadores acadêmicos, na formulação das políticas públicas de alimentação por meio do Consea.

O cenário mundial, no entanto, não remeta ao otimismo. Segundo o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Gustavo Chianca, em 2009, o número de pessoas que passam fome no mundo chegou a 1 bilhão em consequência da crise financeira mundial. “Nunca houve tanta gente passando fome no mundo”, disse.

Em protesto ao aumento da pobreza, a FAO divulgou um documento que pede aos governantes que priorizem a erradicação da fome. O projeto One Billion Hungry (Um milhão de pessoas com fome) tem 1 milhão de assinaturas em todo o mundo. O Brasil é o terceiro país que mais colaborou, com aproximadamente 115 mil assinantes.

Segundo o coordenador de ações internacionais de combate á fome do Itamaraty, Milton Rondó Filho, o Haiti é o país que mais recebe recursos do governo brasileiro destinado á ajuda humanitária internacional. Só neste ano foram destinados US$ 265 milhões para os haitianos, enquanto todos os outros países que receberam ajuda brasileira receberam, US$ 50 milhões.

Agência Brasil

Conferência da ONU discute alternativas para reduzir perda de biodiversidade

Longe de alcançar a meta global de reduzir significativamente a perda de biodiversidade até 2010, mais de 190 países começam a discutir hoje (18) em Nagoya, no Japão, um possível plano B para frear a perda de espécies e a destruição de ecossistemas do planeta. Até o dia 29, a cidade vai sediar a 10ª Conferência das Partes da Convenção da Organização das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP-10).

O principal debate deverá ser a definição de novo prazo para reduzir a taxa de perda de biodiversidade. Estabelecido em 2002, o compromisso atual era reduzir o ritmo da destruição da natureza até este ano, mas não foi cumprido por nenhum país. Das 21 submetas, nenhuma foi alcançada integralmente.

Segundo relatório divulgado na última semana pela organização não governamental WWF, o planeta já perdeu 30% da biodiversidade. Nos países tropicais, o percentual de perda chega a 60% da fauna e flora originais.

Além de repactuar as metas de conservação, os governos terão pelo menos outros dois grandes nós na negociação: regulamentar o acesso e a repartição dos benefícios da biodiversidade (ABS, na sigla em inglês) e acertar interesses de países ricos e pobres para o financiamento de ações de conservação.

A definição de um protocolo de ABS criaria regras internacionais para uso da biodiversidade, regulando, por exemplo, o repasse de recursos a um país por um remédio produzido a partir de um produto de suas florestas.

Dono de pelo menos 15% da biodiversidade do planeta, o Brasil pode ser um dos protagonistas da reunião. Em documento oficial apresentado à convenção da ONU, o governo reconhece ter cumprido apenas duas das 51 metas nacionais de proteção da biodiversidade. No entanto, segundo os ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores, o Brasil é um dos países com mais resultados a apresentar em Nagoya, entre eles a redução do desmatamento na Amazônia e a criação de áreas de preservação.

Durante a negociação, a orientação da diplomacia brasileira é condicionar a adoção de compromissos ambiciosos à garantia de financiamento e transferência de tecnologia por parte dos países ricos.

O Brasil também defenderá a criação de um painel científico para a biodiversidade, nos moldes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC. A ideia é que o grupo produza conhecimento para subsidiar decisões políticas para frear a perda de biodiversidade.

A expectativa é que a COP da Biodiversidade não repita o fracasso da negociação internacional sobre mudança climática, que na última rodada, em Copenhague (Dinamarca), em dezembro de 2009, terminou sem nenhum acordo formal assinado.

Agência Brasil