quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Leonardo Boff e o projeto de Marina

O Brasil está ainda em construção. Somos inteiros, mas não acabados. Nas bases e nas discussões políticas sempre se suscita a questão: que Brasil finalmente queremos?
É então que surgem os vários projetos políticos elaborados a partir de forças sociais com seus interesses econômicos e ideológicos com os quais pretendem moldar o Brasil.

Agora, no segundo turno das eleições presidenciais, tais projetos repontam com clareza. É importante o cidadão consciente dar-se conta do que está em jogo para além das palavras e promessas e se colocar criticamente a questão: qual dos projetos atende melhor às urgências das maiorias que sempre foram as "humilhadas e ofendidas" e consideradas "zeros econômicos" pelo pouco que produzem e consomem.

Essas maiorias conseguiram se organizar, criar sua consciência própria, elaborar o seu projeto de Brasil e digamos, sinceramente, chegaram a fazer de alguém de seu meio presidente do país, Luiz Inácio Lula da Silva. Foi uma virada de magnitude histórica.

Há dois projetos em ação: um é o neoliberal ainda vigente no mundo e no Brasil apesar da derrota de suas principais teses na crise econômico-financeira de 2008. Esse nome visa dissimular aos olhos de todos, o caráter altamente depredador do processo de acumulação, concentrador de renda que tem como contrapartida o aumento vertiginoso das injustiças, da exclusão e da fome. Para facilitar a dominação do capital mundializado, procura-se enfraquecer o Estado, flexibilizar as legislações e privatizar os setores rentáveis dos bens públicos.

O Brasil sob o governo de Fernando Henrique Cardoso embarcou alegremente neste barco a ponto de no final de seu mandato quase afundar o Brasil. Para dar certo, ele postulou uma população menor do que aquela existente. Cresceu a multidão dos excluídos. Os pequenos ensaios de inclusão foram apenas ensaios para disfarçar as contradições inocultáveis.

Os portadores deste projeto são aqueles partidos ou coligações, encabeçados pelo PSDB, que sempre estiveram no poder com seus fartos benesses. Este projeto prolonga a lógica do colonialismo, do neocolonialismo e do globocolonialismo, pois sempre se atém aos ditames dos países centrais.

José Serra do PSDB representa esse ideário. Por detrás dele estão o agrobusiness, o latifúndio tecnicamente moderno e ideologicamente retrógrado, parte da burguesia financeira e industrial. É o núcleo central do velho Brasil das elites que precisamos vencer pois elas sempre procuram abortar a chance de um Brasil moderno com uma democracia inclusiva.

O outro projeto é o da democracia social e popular do PT. Sua base social é o povo organizado e todos aqueles que pela vida afora se empenharam por um outro Brasil. Este projeto se constrói de baixo para cima e de dentro para fora.

Quer forjar uma nação autônoma, capaz de democratizar a cidadania, mobilizar a sociedade e o Estado para erradicar, a curto prazo, a fome e a pobreza, garantir um desenvolvimento social includente que diminua as desigualdades. Esse projeto quer um Brasil aberto ao diálogo com todos, visa a integração continental e pratica uma política externa autônoma, fundada no ganha-ganha e não na truculência do mais forte.

Ora, o governo Lula deu corpo a este projeto. Produziu uma inclusão social de mais de 30 milhões, e uma diminuição do fosso entre ricos e pobres, nunca assistido em nossa história. Representou em termos políticos uma revolução social de cunho popular, pois deu novo rumo ao nosso destino. Essa virada deve ser mantida, pois faz bem a todos, principalmente às grandes maiorias, pois lhes devolveu a dignidade negada.

Dilma Rousseff se propõe garantir e aprofundar a continuidade deste projeto que deu certo. Muito foi feito, mas muito falta ainda por fazer, pois a chaga social dura já há séculos e sangra.

É aqui que entra a missão de Marina Silva com seus cerca de vinte milhões de votos. Ela mostrou que há uma faceta significativa do eleitorado que quer enriquecer o projeto da democracia social e popular. Esta precisa assumir estrategicamente a questão da natureza, impedir sua devastação pelas monoculturas, ensaiar uma nova benevolência para com a Mãe Terra.

Marina em sua campanha lançou esse programa. Seguramente se inclinará para o lado de onde veio, o PT, que ajudou a construir e agora a enriquecer. Cabe ao PT escutar esta voz que vem das ruas e com humildade saber abrir-se ao ambiental. Sonhamos com uma democracia social, popular e ecológica que reconcilie ser humano e natureza para garantir um futuro comum feliz para nós e para a humanidade que nos olha cheia de esperança.

Blog do Miro

Sipam e MMA capacitam municípios do arco do desmatamento em Porto Velho

O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), o Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) iniciaram, nesta terça-feira (05/10), ao Programa de Fortalecimento da Gestão Ambiental dos Municípios da Operação Arco Verde/Terra Legal, que oferecerá cursos presenciais de 200 horas a agentes de municípios, estados e representantes da sociedade civil da Amazônia Legal.

Serão contemplados os 43 municípios inseridos desde 2009 na Operação Arco Verde, devido ao alto índice de desmatamento em seu território. A intenção é transmitir aos gestores alternativas sustentáveis de produção e estimular a mudança no perfil econômico regional. Divididas em sete cidades-pólo, cerca de 150 pessoas provenientes destas localidades participarão do curso, que terá duração de cinco módulos de uma semana cada. Os módulos irão abordar os seguintes temas: “Floresta em pé – conservação e uso dos recursos naturais como instrumento para o desenvolvimento sustentável”, “Conhecendo seu território - Planejamento territorial participativo”, “Institucionalização da gestão do território: construção dos instrumentos da política ambiental municipal e CAR”, “Licenciamento como instrumento de gestão” e “Sustentabilidade financeira da política municipal de meio ambiente”.

O cronograma inicia agora e segue até dezembro nos pólos, localizados em Altamira, Marabá e Santana do Araguaia (no Pará); Alta Floresta, Confresa e Juina (no Mato Grosso) e em Porto Velho (Rondônia). Após a capacitação, os consultores contratados irão trabalhar, por um ano, desenvolvendo projetos municipais na região, como gestão de resíduos sólidos, regulamentação ambiental dos municípios e plano de combate ao desmatamento.

Comprometido com a gestão ambiental nos municípios da Amazônia através do programa SipamCidade, o Sipam é responsável pela contratação das empresas que darão estrutura ao treinamento e também por ministrar conteúdos de planejamento territorial durante o curso. “Essa ação visa construir alternativas em conjunto com outros órgãos do governo federal para tirar esses municípios da lista dos maiores desmatadores da floresta amazônica”, destaca o diretor de produtos do órgão, Wougran Galvão.

Pólo de Porto Velho reúne municípios de Rondônia, Roraima e Amazonas

Nesta semana, o primeiro módulo está sendo aplicado em Porto Velho no auditório do Hotel O Compadre, localizado na BR 364, km 3,5 - sentido Cuiabá, no bairro Três Marias. Participam do treinamento representantes dos municípios de Porto Velho, Machadinho D'Oeste, Nova Mamoré e Pimenta Bueno, de Rondônia; Mucajaí, de Roraima; Lábrea, Apuí e Boca do Acre, do Amazonas, além de servidores destes estados.

Vindo de Apuí, o coordenador de controle ambiental do município, Adelar de Alcantar, é um dos participantes que acreditam na capacitação como forma de buscar alternativas sustentáveis. “Se unirmos os órgãos ambientais, elaborarmos projetos e trabalharmos em conjunto com a população poderemos orientar melhor atividades como pecuária e agricultura, que hoje ameaçam nosso meio ambiente”, revela.

A programação acontece de hoje a sexta (05 a 08/10), das 8h às 18h.

Ascom Sipam

Dutra: Questão do aborto nunca esteve no programa de governo de Dilma

Veículos de comunicação divulgaram nesta terça-feira (5) notícias equivocadas afirmando que o Partido dos Trabalhadores "estuda tirar o tema do aborto do programa de governo de Dilma Rousseff". O presidente do PT e coordenador nacional da campanha, José Eduardo Dutra, disse em entrevista na tarde de hoje que essa informação não tem qualquer fundamento: “A questão de aborto nunca esteve no programa de governo da Dilma, portanto não faz sentido você dizer que vai retirar uma coisa que não existiu”.

Dutra explicou que Dilma tem exposto claramente sua posição em relação ao tema. “Ela é pessoalmente contra o aborto e não vai propor nenhuma modificação na legislação relativa a isso.”

Segundo o presidente do PT, o Estado brasileiro tem que prestar assistência às mulheres. Dados do Ministério da Saúde revelam que, no ano passado, cerca de 200 mil mulheres precisaram fazer curetagem de emergência após um procedimento de aborto.

Por meio do Ministério da Saúde, o governo defende uma política para evitar práticas abortivas, como a distribuição de métodos contraceptivos. O Sistema Único de Saúde (SUS) trabalha para preservar a vida das vítimas. No ano passado, o governo investiu R$ 35 milhões nessas políticas e, em 2010, prevê o gasto de R$ 50 milhões.

Portal PT

Ciro Gomes entra para a coordenação de campanha de Dilma

O deputado Ciro Gomes (PSB), uma das maiores lideranças políticas do Nordeste e do Brasil, se integrou nesse segundo turno à coordenação da campanha da candidata Dilma Rousseff. A notícia foi dada pela própria candidata hoje (5), durante entrevista coletiva em Brasília.

“Tem uma pessoa muito especial que hoje integra a coordenação da campanha, que é o nosso querido Ciro Gomes. Ele vai participar da coordenação e estou muito feliz porque eu admiro, respeito e considero muito o deputado Ciro Gomes. Acho que ele tem uma imensa contribuição a dar”, revelou Dilma.

Animada, Dilma disse que fará uma carreata amanhã no Rio de Janeiro e, no final de semana, participará do primeiro debate na televisão, na TV Bandeirantes. Ela lembrou que o segundo turno é um ótimo momento para apresentar, de forma detalhada, as propostas aos eleitores e permitir que elas a conheçam melhor.

“Nosso objetivo principal no segundo turno é deixar o eleitor me conhecer melhor e deixar cada vez mais claro que se trata de uma disputa de dois projetos. Um projeto que é volta ao passado, porque o exemplo do que foi o governo do PSDB no Brasil tem que ser lembrado. É a única carta de referência que o eleitor pode ter ao considerar o que significa concretamente os compromissos do meu adversário", disse.

Ela acrescentou: "Meu projeto, que é de mudança e transformação do Brasil. Levamos nesses últimos oito anos o Brasila a uma nova era de prosperidade, mais emprego, crescimento a taxas elevadas e, sobretudo, incluindo toda a população brasileira”.

Vida

Dilma falou que não vê o menor problema em debater temas religiosos, já que o projeto que ela defende está baseado no humanismo e nos valores cristãos. Católica, a candidata ainda ressaltou a importância que dá à vida.

“É muito importante afirmar que meu projeto, que foca nas pessoas marginalizadas, é um projeto a favor da vida. E tenho certeza que entre a concepção da minha proposta tem tudo a ver com as religiões no Brasil", afirmou.

Segundo ela, "o Brasil tem uma força muito grande na religião cristã e eu particularmente sou de família católica e sempre fui a favor da vida. Mas, sobretudo, eu tenho hoje muita felicidade de ter passado nessa campanha com uma experiência pessoal muito forte, que foi o nascimento do meu neto. Mais do que tudo eu sou a favor da vida”.

Portal PT

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Carta à Rondônia

Em primeiro lugar, agradeço o carinho e a atenção que recebi de todos e todas ao longo desta campanha. Foram momentos difíceis, mas inesquecíveis. Alegrias e tristezas nos acompanharam e fizeram parte da grande festa da democracia no Brasil. Sem dúvida, o povo de Rondônia é muito carinhoso e generoso.

Agradeço do fundo do coração os 225.300 votos que me foram confiados. Acolho com serenidade o resultado vindo das urnas. Eles refletem as circunstâncias de uma eleição marcada, em alguns momentos, pelo colossal abuso do poder econômico e político. Lamento a desleal e covarde campanha difamatória que foi feita contra mim, baseada no preconceito e na mentira.

Meu mandato vai até 31 de janeiro de 2011 e até lá, seguirei trabalhando e defendendo os interesses do Estado de Rondônia e de sua gente. Como fiz nos últimos anos, buscarei recursos e ações capazes de alavancar, ainda mais, o desenvolvimento pleno de nossa região e, principalmente, das pessoas.

Desejo um profícuo novo mandato ao Senador Valdir Raupp, e um mandato igualmente produtivo ao nosso novo Senador Ivo Cassol.

A luta vai continuar. Nosso desafio maior, nesse momento, é eleger Dilma presidenta do Brasil. É fundamental continuarmos implantando no país as políticas que nos levaram até este momento histórico. Nossa garra, vontade e esperança se renovam sempre nas adversidades.

Conclamo Valdir Raupp, Ivo Cassol, Confúcio Moura e João Cahúlla, além de todos os deputados estaduais e federais eleitos para ajudar a eleger Dilma Presidente para Rondônia seguir crescendo e avançando com apoio do Governo Federal.

Agora é Dilma.

Um fraternal abraço.

Fátima Cleide