sexta-feira, 5 de março de 2010

Incra investe na cidadania da mulher rural em Rondônia

(Incra) há seis anos, emitiu 9.618 documentos civis e trabalhistas no estado de Rondônia

O Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural (PNDTR), desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) há seis anos, emitiu 9.618 documentos civis e trabalhistas no estado de Rondônia, em 2009, sendo aproximadamente cinco mil para mulheres da zona rural, além de 16.915 serviços prestados como fotografias para documentos, fotocópias e inscrição em programas sociais.

“Este é um dos programas de maior destaque do Incra, por sua regularidade e eficácia no atendimento à trabalhadora rural, e por atingir seu objetivo de proporcionar cidadania, acesso às políticas públicas e igualdade entre homens e mulheres do campo”, assegurou o superintendente do Incra em Rondônia, Carlino Lima.

Os dados do Instituto demonstram que desde a implantação do programa, em 2004, foram realizados 75.168 atendimentos em Rondônia, entre emissão de documentos e demais serviços prestados, inclusive palestras para elevar o nível de informação da mulher sobre seus direitos.

A moradora de Itapuã do Oeste, Maria de Fátima Souza, participou pela primeira vez de um mutirão do programa e disse que uma das principais vantagens é a economia que faz por não precisar mais ir a Porto Velho dar entrada em pedidos de documentos e depois voltar para pegá-los. “Quero resolver tudo aqui porque estava gastando muito”, disse.

Além dos gastos, outras dificuldades mantêm as mulheres sem documentos no campo, com o cuidado com os filhos e com o sítio: “É muito difícil sair daqui para ir a Porto Velho”, garante Jacira José Rezende, da linha Azul.

Em 2010, estão previstos 11 mutirões que serão iniciados no mês de maio para atendimento na zona rural dos municípios de Alvorada do Oeste, ji-Paraná, Porto Velho, Cacaulândia, Ariquemes, Guajará-Mirim e Nova Mamoré. (Incra/RO)

quarta-feira, 3 de março de 2010

MMA investe em capacitação na segunda etapa do Mutirão Arco Verde Terra Legal

O governo federal quer consolidar um novo modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia. Para isso, o Ministério do Meio Ambiente, com o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), vai criar o programa de fortalecimento da gestão ambiental nos 43 municípios que mais desmatam a Amazônia.

De 3 a 5 de março, o MMA vai apresentar em Marabá (PA), Cuiabá (MT) e Porto Velho (RO), o programa de capacitação para os representantes dos 43 municípios, com foco na economia sustentável. O encontro vai consolidar a segunda etapa do mutirão Arco Verde Terra Legal, lançado em junho de 2009, pelo presidente Lula.

No curso, o MMA e o Sipam vão treinar cerca de 200 agentes de governos estaduais, prefeituras e da sociedade civil, com recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente, para servirem como multiplicadores de ações que concretizem atividades sustentáveis, protejam a floresta e garantam a renda das famílias dos municípios.

Para o gerente de Políticas Públicas do Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Eduíno Lorentz, esse projeto vai garantir soluções permanentes, trabalhando com os multiplicadores uma nova tecnologia para a mudança da matriz produtiva.

Foram escolhidas sete cidades, em pontos estratégicos, para assegurar a participação de representantes de todos os municípios prioritários no combate ao desmatamento. Em pareceria com universidades, o curso deverá começar no mês de maio e será divido em cinco módulos de 40 horas de aulas cada, por 10 semanas. Devem participar representantes do Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima.

Após a capacitação, entra em trabalho uma equipe de assistência técnica, acompanhando a elaboração de projetos e instrumentos de gestão abordados no curso, utilizando a mobilização social e as articulações institucionais. Assim, será possível que o pequeno agricultor aprenda técnicas que vão ampliar sua produção e proteger o meio ambiente.

No geral, o curso prioriza a conservação e o uso dos recursos naturais como instrumentos para o desenvolvimento municipal, enaltecendo a importância da floresta em pé e da melhor qualidade de vida da população. Os participantes da capacitação ainda vão aprender sobre conhecimento e gestão territorial e será estimulada a criação de planos municipais de combate ao desmatamento.

Segunda fase do Arco Verde

Nesta nova etapa da Arco Verde, o governo federal começa a acertar os compromissos fechados com os governos estaduais e municipais, entre junho e outubro de 2009.

A programação será a mesma nas três cidades. Às 10h, o Ministério da Agricultura faz a entrega das patrulhas agrícolas às prefeituras. Todo município vai receber o maquinário com trator e implementos agrícolas.

O Ministério do Meio Ambiente vai apresentar, às 14h, o projeto de Capacitação para o Fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal e a elaboração de projetos. Em seguida, o Sipam vai entregar Termos de Convênio que serão celebrados com as 43 prefeituras dos municípios da Operação Arco Verde, visando a instalação de equipamentos tecnológicos do SIPAM para ajudar a gestão ambiental municipal. Entre as ferramentas estão sistemas de GPS que ajudarão na demarcação da reserva legal.

O BNDES vai estimular as prefeituras a elaborarem projetos para angariar recursos do Fundo Amazônia, apresentando estratégia de financiamento de projetos pelo o Fundo. Já o Ministério do Desenvolvimento Agrário vai apoiar projetos de infraestrutura nos municípios.

Serviço

Marabá (Pará)
3 de março, às 10h
Superintendência Regional do Incra
R. Agrópolis do Amapá S/N

Cuiabá (PA)
4 de março, às 10h
Superintendência do Ministério da Agricultura
R. Alameda Annibal Molina, S/N

Porto Velho (RO)
5 de março, às 10h
Superintendência Regional da Conab,
Av. Farquar 3305. (MMA)

TSE muda regra e impede doações ocultas

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou ontem uma regra que impedirá doações ocultas nas campanhas eleitorais de 2010. Até as últimas eleições, pessoas e empresas costumavam doar aos partidos que, por sua vez, repassavam aos candidatos. Na prestação de contas, os candidatos não especificavam a origem dos recursos, mantendo o sigilo do colaborador. Neste ano, a prática estará proibida: todos os candidatos deverão informar à Justiça Eleitoral o real doador de dinheiro, dos bens ou dos serviços prestados ao longo da campanha, seja doações diretas ao candidato ou ao partido.

Também ontem, o Tribunal aprovou o uso de cartão de crédito para pessoas físicas contribuírem para as campanhas, pelos sites dos candidatos na internet ou pessoalmente, nos comitês financeiros. Todas as doações serão feitas mediante identificação do doador, com nome e CPF. Ao fim da campanha, os candidatos e partidos deverão enviar cópias desses recibos à Justiça Eleitoral como prestação de contas.

A ideia vem sendo defendida pelo presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, desde a campanha do democrata Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos.

A campanha foi feita, na maior parte, com recursos de pequenas doações de cidadãos comuns. Para o ministro, essa é uma solução para coibir doações vultosas de grandes empresas — que eventualmente fazem com que o candidato vitorioso se sinta em dívida com os colaboradores, dando margem à corrupção. (O Globo)

Amazônia ganha dado mensal de CO2

As emissões de carbono por desmatamento na Amazônia subiram quase duas vezes mais do que a derrubada em si entre agosto de 2009 e janeiro deste ano. O dado sugere que já está acontecendo na região algo que os cientistas até agora só temiam: o desmate está migrando para florestas mais densas, mais ricas em carbono -e cuja destruição polui mais.

A estimativa foi publicada hoje pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). Segundo a ONG, o corte da floresta cresceu 22% no período, enquanto as emissões cresceram 41%.

Um grupo de pesquisadores do Imazon elaborou um mapa com estimativas de biomassa para toda a região amazônica. Isso permite relatar, mês a mês, a partir de agora, as emissões pela derrubada.

A informação é crucial para o Brasil, que tem no desmate amazônico sua maior fonte de carbono para a atmosfera e que se comprometeu em lei a reduzi-lo em 80% até 2020.
"A novidade é colocarmos isso numa escala mensal", diz Carlos Souza Jr., do Imazon, ONG que elaborou um programa de computador que permite estimar de forma mais realista quanto carbono o desmatamento emite.

O cálculo leva em conta, por exemplo, as diferenças no teor de carbono por hectare em cada região da Amazônia; o fato de que nem toda a biomassa vira cinza - 8% do carbono fica retido em forma de madeira; e o fato de que nem tudo queima de uma vez.
No período de agosto de 2008 a julho de 2009, segundo o Imazon, as emissões caíram 60%, acompanhando a queda na derrubada (de 65% em relação ao ano anterior). Nos últimos seis meses essa relação se alterou, com a migração do desmate para áreas como a Terra do Meio e o noroeste de MT.

"Podem estar desmatando áreas com 200 toneladas de carbono por hectare", diz Souza Jr. É o dobro da média amazônica.

Com o novo indicador, avalia, será possível avaliar a eficiência de projetos de Redd (redução de emissões por desmatamento). "Quando soubemos qual é o risco de desmate e a biomassa, poderemos priorizar áreas de maior risco e de maior biomassa." (Folha de São Paulo)

Presidente condena ''terror eleitoral''

Ontem, em discurso para empresários do setor automobilístico, em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para que não acreditem "na ideia imbecil" de que seu sucessor no Palácio do Planalto pode "estragar tudo". "A eleição não pode mais causar qualquer sinal de terrorismo no Brasil", alertou.

A menção a "terrorismo" remete às eleições de 2002, em que Lula disputou a Presidência com José Serra (PSDB). Logo quando o petista subia nas pesquisas - assim como acontece hoje com sua pré-candidata, Dilma Rousseff -, as bolsas despencaram. Sem citar nomes, acabou classificando como "terroristas" os que tentaram associar o crescimento nas intenções de voto a problemas na economia. "Mentiram tanto que um dia o povo não acreditava mais em mim", disse. (O Estado de São Paulo)

terça-feira, 2 de março de 2010

Bachelet diz que ida de Lula ao Chile demonstra liderança mundial do presidente

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, elogiou ontem (1º) a rápida visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a decisão do Brasil de enviar hospitais de campanha da Marinha e equipe de resgatistas (profissionais de saúde) ao país. Segundo ela, isso demonstra o “grande líder mundial e na América Latina” que o brasileiro representa. Lula estendeu a viagem do Uruguai para o Chile, a fim de oferecer apoio ao governo chileno e às vítimas do terremoto do último sábado (27).

“Essa atitude do presidente Lula não é apenas a oferecer de assistência, mas de vir aqui [a Santiago, capital do Chile] pessoalmente para manifestar sua preocupação, suas condolências pela perda de vidas e seu apoio, nós realmente apreciamos infinitamente”, afirmou Bachelet, depois de se reunir com o presidente brasileiro.

Em seguida, a chilena acrescentou que “os chilenos estão honrados e muito gratos”. Para ela, essa reação de Lula indica o que ele representa para a América Latina e o restante do mundo. “Demonstra mais uma vez o grande líder mundial e na América Latina e grande amigo que é ele.”

Bachelet e Lula se reuniram durante cerca de uma hora, quando discutiram as consequências do terremoto que atingiu as regiões do Centro e Sul do país. Com 8,8 graus na Escala Richter, foi considerado o pior dos últimos 50 anos. Pelo menos 723 pessoas morreram, há desaparecidos e feridos. Não existem informações de brasileiros entre as vítimas por enquanto.

Segundo a presidente do Chile, hoje (2) deve chegar o primeiro avião enviado pelo governo do Brasil levando um hospital de campanha da Marinha e material de apoio. “Isso demonstra a grande amizade e solidariedade do povo e do governo do Brasil e do presidente Lula, em particular ,com a tragédia que o Chile está vivendo”, disse Bachelet. (Agência Brasil)

Conflitos na Amazônia são discutidos durante simpósio internacional promovido pela UEA

A partir de amanhã, 03, às 14 horas, o Centro de Estudos Superiores do Trópico Úmido da Universidade do Estado do Amazonas, UEA, promove o simpósio “Amazônia como campo de conflito transnacional”.

Os pesquisadores vão debater, entre outros temas, os conflitos por recursos hídricos, a realidade das comunidades indígenas e os conhecimentos tradicionais, etc.

Uma mesa redonda vai reunir os conferencistas Alfredo Wagner Berno de Almeida, da UEA; Sérgio Costa, do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade Livre de Berlim, LAI-FU; e Rosa Elizabeth Acevedo de Marin, do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia da Associação de Universidades Amazônicas, PNCSA/UNAMAZ.

No dia 4, o evento tem continuidade, com apresentação de projetos dos pesquisadores do Projeto Novas Cartografias e da excursão do Instituto de Estudos Latino-Americanos da FU Berlim.

Segundo a organização do simpósio, serão debatidos, ainda, temas como a normatização dos conhecimentos tradicionais na Pan-Amazônia; biotecnologia e direitos intelectuais; processo de territorialização e o trabalho escravo contemporâneo no Brasil. O encontro acontece no auditório da reitoria da UEA. (AmbienteBrasil)

Plano de zoneamento da Amazônia é aposta para acabar com conflitos

Uma solução para os entraves ambientais na exploração econômica da amazônia deverá ser desengavetada pelo governo federal ainda neste ano. O Macrozoneamento Ecológico-Econômico da amazônia Legal é um projeto de décadas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), cuja consulta pública termina sexta-feira. Apesar da iniciativa em estágio avançado, apoiada por 14 ministérios e os nove Estados da região, o desafio político para sua implantação traz ceticismo até para os ambientalistas, que veem o plano como algo bom e controverso demais para uma rápida aceitação.

Se virar lei da forma como apresentado à consulta pública, o projeto subverterá as regras para licenciamento ambiental de hidrelétricas e obras de transporte. Uma das medidas é condicionar a implantação dos projetos ao planejamento integrado de toda a área em que serão construídas as usinas, compondo mesorregiões integradas. Isso significa que a questão socioambiental não será mais a última etapa de concepção de um projeto de infraestrutura, mas sim uma das primeiras.

Embora o plano geral possa ser instaurado por decreto da Presidência, alguns temas mais polêmicos, que esbarram na legislação para licenciamento, podem ter de ser levados a debate no Congresso. "É uma iniciativa para convergir políticas para indução de uma exploração ordenada, e não restritiva", diz Roberto Ricardo Vizentin, diretor de zoneamento territorial do MMA. Exemplo disso seria liberar financiamentos públicos só a projetos que respeitem as regras do zoneamento. O plano também reage ao Tribunal de Contas da União (TCU), que vê falta de sinergia entre políticas públicas.

O macrozoneamento definirá dez áreas segundo a possibilidade de exploração ecológico-econômica e, a partir disso, os projetos seriam concebidos. São locais de preservação mais rígida, o coração da amazônia e a região da fronteira com o Pantanal. Outras duas áreas indicam as zonas de fronteiras de exploração que, pelo projeto, teriam controle severo para conter o avanço agropecuário e mineral.

Outras seis áreas, os territórios-rede, preveem a regulamentação e exploração coordenada do espaço. Nessas áreas, estão definidas metas para ordenamento de exploração de mineração, logística, agroindústria, entre outros.

As demarcações respeitam o que já existe de exploração econômica estabelecida nas regiões, destaca Vizentin. "Mas são os elementos da natureza que desempenham papel central no zoneamento e não só o econômico", afirma Vizentin.

As principais entidades que representam o setor produtivo ainda não responderam à audiência, mas sinalizaram que enviarão contribuições para ajustar a norma e ratificá-la, diz Vizentin.

No governo, a aceitação parece ser ampla. Do setor que pode representar maior passivo ambiental na amazônia, o Ministério de Minas e Energia (MME), afirma ser "altamente favorável ao processo, porque agrega o econômico ao ambiental". O próprio projeto, na página 67, reconhece que na amazônia encontram-se 70% do potencial hidrelétrico nacional.

Experiências do que resultaria da aprovação do macrozoneamento já foram feitas em obras específicas. Na polêmica pavimentação da rodovia BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA), que corta a amazônia, o projeto já foi concebido com um plano de desenvolvimento sustentável para a região. O mesmo ocorreu na concepção logística para exploração da Petrobras em Urucu (AM) e para mineração na Floresta Nacional de Carajás (PA), destaca o MME. "Se esse planejamento integrado for adotado, vamos diminuir muito os conflitos", diz o diretor do MMA.

A transformação do macrozoneamento em lei, porém, carrega em si um risco grande para o desenvolvimento da infraestrutura regional. Se, na prática, ele não for adotado, ou seja, se um projeto de infraestrutura for concebido pelo governo sem planejamento da mesorregião, a sociedade civil terá nas mãos um grande trunfo para emperrar os empreendimentos.

Atualmente, organizações não-governamentais (ONGs) e Ministério Público buscam, na Justiça, liminares para interromper obras como a construção da usina de Belo Monte no Pará. Com o macrozoneamento pronto, e se não respeitado, eles teriam nova munição para barrar tais obras na Justiça.

Na concepção do governo, porém, o macrozoneamento evitaria o que ocorreu na liberação da licença prévia de Belo Monte pelo MMA, que foi acompanhada de condicionantes que exigiram R$ 1,5 bilhão a mais no custo da obra. A decisão foi interpretada por empreendedores e ambientalistas como "barganha" do governo, cobrando custo alto para liberar uma obra rodeada de polêmicas. Com o zoneamento, esses valores seriam previstos com antecedência maior e o custo desse desenvolvimento não seria repassado ao empreendimento. (Valor Econômico)

População aprova criação do município de Extrema em Rondônia

A criação do município de Extrema foi aprovada com 90% de eleitores a favor e menos de 10% contra, no plebiscito realizado ontem (28), em Porto Velho. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), 76% dos 195 mil votantes participaram do processo.

Com a decisão, os distritos de Extrema, Nova Califórnia, Vista Alegre e Fortaleza do Abunã podem ser desmembrados de Porto Velho e ganhar autonomia política.

A emancipação ainda vai depender de procedimentos legais como criação de uma lei que regule o processo.

A decisão nos distritos envolvidos na votação foi contrastante. Fortaleza do Abunã e Nova Califórnia tiveram uma média de 62 % de aceitação. Já em Vista Alegre do Abunã, a rejeição foi de 65%. Em Extrema, 99% dos eleitores votaram SIM. (TV Rondônia)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Apoio de Lula pode definir escolha de 42%

A pesquisa Datafolha mostra que 42% dos entrevistados pretendem votar no candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva - e nem todos sabem que sua preferida é Dilma Rousseff, o que indica potencial de crescimento para a ministra. Outros 26% dizem que "talvez" sigam a opção de Lula, e 22% rejeitam essa possibilidade.

O próprio presidente ainda é citado como candidato preferido em 2010, embora ele esteja impedido pela Constituição de disputar uma nova reeleição. O nível de desinformação sobre esse fato, porém, tem caído.

A pesquisa espontânea - na qual os entrevistados apontam suas preferências sem ler uma lista de nomes - mostra redução no número de eleitores que citam Lula. Os lulistas convictos e desinformados, que eram 27% em agosto, caíram para 20% em dezembro e para 10% em fevereiro. No mesmo período, as menções espontâneas a Dilma foram de 4%, 8% e 10%, respectivamente.

Lula tem percorrido o País com sua pré-candidata com o objetivo de torná-la mais conhecida - por conta disso, foi acusado pela oposição de fazer campanha antecipada. O PT também usa o tempo a que tem direito no rádio e na televisão para expor a ministra - sempre ao lado do presidente.

GOVERNO

A cerca de sete meses das eleições, a gestão de Lula é considerada ótima ou boa por 73% da população, segundo o Datafolha. No Nordeste, onde Dilma tem seu melhor desempenho, a aprovação a Lula chega a 84%. No Sul, é de 65%.

A satisfação com o governo é maior nos segmentos de renda mais baixa. Chega a 75% entre os que têm renda de até cinco salários mínimos. Entre os que recebem mais de 10 salários, é de 56%.

Em março de 2002, o último ano de sua gestão, o então presidente Fernando Henrique Cardoso era aprovado por 29% da população. (O Estado de São Paulo)

Lula mantém aprovação recorde, com 73% de ótimo/bom

Petista é bem avaliado mesmo entre os eleitores de Serra; pior desempenho do presidente é entre os mais ricos e escolarizados

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém inalterado o alto índice de popularidade, com aprovação de 73% da população, segundo pesquisa Datafolha feita nos dias 24 e 25.

O percentual apresentou uma mínima oscilação positiva, pois na pesquisa anterior do instituto, feita em dezembro de 2009, 72% dos eleitores entrevistados consideraram o governo ótimo ou bom. Trata-se do melhor desempenho de um presidente desde o início da série histórica feita pelo Datafolha, iniciada em 1990.

Entre os 2.623 entrevistados em todo o país, 20% consideram o governo do presidente regular e 5% péssimo ou ruim.

Lula apresenta popularidade expressiva mesmo entre eleitores que declararam voto em José Serra (PSDB) à Presidência (62% de ótimo/bom). Quando o voto do eleitor é para a ministra Dilma Rousseff (PT), a popularidade dele nesse nicho do eleitorado chega a 92%.

Além de intensificar as viagens pelo país como esteio da pré-campanha da ministra Dilma à Presidência, o que leva a uma superexposição na mídia, Lula também recebeu títulos e homenagens internacionais recentes, como o prêmio "Estadista do Ano" no final de janeiro, pelo Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça).

Foi exatamente por conta da intensa agenda política ao lado de Dilma que, em 28 de janeiro, Lula foi vítima de uma crise de hipertensão (pressão arterial elevada) e viu-se obrigado pelos médicos a cancelar os compromissos pelo menos durante o final de semana. O susto não fez com que o presidente reduzisse o ritmo com o qual abraçou a pré-campanha de Dilma.

"Eleger a Dilma é a minha prioridade", afirmou Lula, no discurso de fechamento do 4º Congresso Nacional do PT, no final de semana passado.

A pesquisa mostra a convergência entre aspectos da biografia de Lula, seu estilo popular de governo e sua popularidade. Lula tem melhor aceitação no Nordeste (84%), entre os que eleitores com ensino fundamental (77%) e na fatia daqueles que recebem até cinco salários mínimos (75%).

Em contrapartida, é entre os mais ricos, com ensino superior completo e que vivem no Sul do país que Lula apresenta os piores desempenhos.

Para 29% dos que ganham mais de dez salários mínimos, o governo é regular, enquanto 14% do mesmo segmento o consideram ruim ou péssimo. A aprovação é de 56%, 17 pontos percentuais abaixo da média nacional do presidente.

Na região Sul, 65% consideram o governo Lula ótimo ou bom, mas para 26% a administração do petista é regular e 7% a consideram péssima ou ruim.

A confortável popularidade de Lula destoa dos índices de 2005, auge da crise do mensalão, quando 29% diziam que o governo do presidente era péssimo ou ruim, 41%, regular, e 28%, ótimo ou bom. (Folha de São Paulo)

Dilma cresce e já encosta em Serra

pesquisa Datafolha feita em 24 e 25 de fevereiro revela que a pré-candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, atingiu 28% das intenções de voto e reduziu de 14 para 4 pontos percentuais a distância que a separava do principal rival, José Serra (PSDB), que tem 32%.

Dilma e Serra só estariam empatados tecnicamente em 30% na rara hipótese de o tucano estar no limite mínimo, e a petista, no máximo, segundo o Datafolha.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos, para mais ou para menos.

O crescimento da ministra da Casa Civil, porém, é verificado em todos os cenários do levantamento, que revela ainda estagnação nos índices de Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva (PV). Os números devem aumentar especulações sobre a desistência de Serra, relata o Painel.

O presidente Lula manteve aprovação recorde, com 73% de ótimo/bom.

Vantagem de Serra sobre Dilma baixa para 4 pontos

Em cenário com Ciro, tucano cai 5 pontos e vai a 32%, e petista sobe 5, para 28%

Candidato do PSB tem 12% e está estagnado, assim como Marina Silva, do PV, que mantém o patamar de 8% do levantamento anterior

A pré-candidata a presidente pelo PT, Dilma Rousseff, registrou crescimento de cinco pontos percentuais na sua taxa de intenções de voto de dezembro para cá. Atingiu 28% e encurtou de 14 para 4 pontos percentuais a distância que a separa de seu principal adversário, José Serra, do PSDB, hoje com 32%.

Esse é o principal resultado da pesquisa Datafolha realizada nos dias 24 e 25 de fevereiro, com 2.623 pessoas de 16 anos ou mais. Confirmou-se a curva ascendente de Dilma, não importando o cenário nem quais são os candidatos em disputa.

Apesar do crescimento da petista, é impreciso dizer que o levantamento indica um empate estatístico entre Dilma e Serra. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Os dois só estariam empatados tecnicamente em 30% na raríssima hipótese de o tucano estar no seu limite mínimo e sua adversária no limite máximo, segundo a estatística Renata Nunes, do Datafolha.

"A proximidade entre os candidatos é algo visível, mas mais importante nessa pesquisa é mostrar as curvas de alta da candidata do PT e de queda do candidato do PSDB -considerando os levantamentos anteriores", diz Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.

No cenário no qual Dilma está com 28% e Serra com 32%, Ciro Gomes (PSB) tem 12%. Marina Silva (PV), 8%. Os que votam em branco, nulo ou nenhum são 9%. Indecisos, 10%.

Ciro e Marina estagnados

A pesquisa também revela uma estagnação de Ciro e de Marina. Ambos tiveram exposição em fevereiro, quando seus partidos usaram os dez minutos a que têm direito em rede nacional de rádio e TV.

O efeito foi nulo. Ciro tinha 13% em dezembro. Agora, fica com 12%. Marina parou nos 8% -no cenário mais provável, no qual estão Serra e Dilma.

Os números do Datafolha dão pistas sobre os efeitos da eventual desistência de Ciro -algo desejado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em dezembro, sem o nome do PSB, havia a possibilidade de Serra vencer no primeiro turno: ele tinha 40% contra 37% de Dilma e Marina somadas. A eleição é liquidada na primeira votação quando alguém recebe acima de 50% da soma de todos os votos dados aos adversários.

Agora, deu-se uma inversão. Quando Ciro está fora, Serra tem 38%, contra 41% somados de Dilma e Marina. Fica mais remota a hipótese de o tucano vencer no primeiro turno. Registre-se que a petista cresce cinco pontos nos cenários principais, com ou sem Ciro.

Num teste com Aécio Neves sendo o candidato do PSDB as coisas ficam mais fáceis para Dilma. Ela lidera com 34% contra 18% do tucano em um cenário sem Ciro Gomes. Quando o nome do PSB está presente, a petista tem 30% contra 21% de Ciro -Aécio fica com 13%.

2º turno

Em dezembro, numa simulação de segundo turno, Serra estava com 49% contra 34% de Dilma. A vantagem de 15 pontos caiu para 4. Hoje, segundo o Datafolha, o tucano registra 45% contra 41% da petista. Em outro cenário de segundo turno, Dilma vence com 48% contra 26% do tucano Aécio Neves.

Todos os candidatos tiveram variação para cima nas suas taxas de rejeição, o que é comum quando o período eleitoral se aproxima. O destaque nesse trecho da pesquisa Datafolha é Serra, cujo percentual subiu de 19% em dezembro para 25% no atual levantamento.

Dilma oscilou de 21% para 23%. Ciro foi de 18% a 21%. Marina, de 17% para 19%.
Quando o Datafolha faz a pesquisa sem mostrar nomes, surge um dado revelador sobre a percepção do eleitor a respeito do processo sucessório: uma queda vertiginosa das menções ao presidente Lula.

O petista era citado espontaneamente por 27% dos eleitores em agosto. Caiu para 20% em dezembro. Agora, bateu em 10%. Apesar da sua popularidade recorde, Lula é cada vez menos citado "porque o eleitor está percebendo que ele não será candidato", diz Mauro Paulino.

Na pesquisa espontânea, Dilma chegou a 10% (a mesma taxa de Lula), contra 7% de Serra. (Folha de São Paulo)

Entrevista - Alexandre Padilha

Responsável pela costura política do governo, ministro das Relações Institucionais terá papel crucial na campanha de Dilma

O médico alexandre padilha, 38 anos, ministro das Relações Institucionais, é o responsável pela articulação política do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tem a missão de conduzir as relações do Palácio do Planalto com o Congresso, estados e municípios. Nos últimos meses, tem sido visto frequentemente ao lado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República. padilha é um dos estrategistas da pré-campanha de Dilma e diz que trabalhará integralmente, “durante o dia e a noite”, para ajudar a eleger os candidatos da base governista.

Mais jovem ministro do governo Lula, padilha fala sobre a retomada das atividades do Congresso Nacional e do processo eleitoral. Ele aposta que a ministra Dilma conseguirá mobilizar mais militantes em torno de sua eleição do que o próprio presidente Lula e que, na campanha, a liderança e a capacidade de interlocução da pré-candidata petista com os partidos da base e com a sociedade crescerão. Otimista, defende uma eleição polarizada entre a candidato governista e o adversário do PSDB, ainda indefinido.

Como o senhor acha que a ministra Dilma vai lidar com o próprio PT?
Eu tenho certeza de que a ministra lidará com isso com a mesma facilidade do presidente Lula. Ela conseguiu algo que nem o presidente Lula conseguiu no PT: ser candidata sem prévia. Em 2002, o presidente teve que enfrentar a prévia contra o senador (Eduardo) Suplicy para ser candidato a presidente. A ministra conseguiu unificar o conjunto do partido em torno do nome dela. O partido compreendeu que a melhor pessoa para a sucessão seria aquela que estaria no centro do governo. Também acho que conseguiu essa unanimidade porque ela nunca operou pessoalmente para ser candidata. A candidatura dela nunca foi um desejo pessoal e nem de uma tendência do PT. Acabou sendo um projeto coletivo. Além disso, nós vamos enfrentar a campanha, e é quando ficará nítida a capacidade de liderança da nossa candidata. Ao longo da campanha, vai crescer ainda mais a capacidade de interlocução dela com os partidos e com a sociedade.

O PT sempre foi um partido conhecido por sua capacidade de mobilização do eleitorado, mas tinha um líder carismático liderando o partido e concorrendo às eleições. Embora o PT esteja unido em torno de Dilma, ela não é uma “petista de carteirinha”. O senhor acredita que haverá a mesma mobilização em torno dela?
Acredito que será ainda maior. Os militantes de todos os partidos da base do governo do presidente Lula e sobretudo aquela população que viu o ciclo de crescimento ininterrupto no país no governo Lula — desde os setores mais pobres, os setores que migraram para a classe média, aos empresários — vão querer defender esse governo e vão querer que esse caminho continue.

Então, vocês apostam mesmo numa eleição plebiscitária?
Essa eleição, como diz o presidente Lula, é a eleição “do quem sou eu, quem és tu”. Iniciamos um novo caminho para o país. Respeitamos quem é contra esse caminho, quem tem um caminho alternativo. Mas nós queremos debater com quem é contra quais os rumos para este país. O Brasil não pode permitir retrocesso nem aventura, e nós queremos fazer esse debate.

Como o governo tem se preparado para a saída da ministra Dilma do cargo e dos outros ministros que concorrerão a cargos eletivos?
O presidente Lula tem dado sinais de que pretende manter a máquina andando, quer a continuidade das políticas, e pretende manter a economia acelerada. A tendência é que os ministros que saem sejam substituídos por alguém da própria área.

Qual é exatamente o seu papel na pré-campanha da ministra Dilma? O que faço no governo é manter a base unida. Acho que posso contribuir para a coordenação da campanha no sentido de fazer esse diálogo com os parlamentares. Temos o coordenador da campanha, que é o presidente do PT, José Eduardo Dutra, e outros membros. O Dutra vai conversar com os demais partidos para compor uma coordenação mais formal de campanha. E o meu papel é ajudar o presidente Lula a terminar o governo, e a ministra Dilma naquilo que ela nos demandar nessa pré-campanha.

O senhor tem sido visto muito ao lado dela ultimamente… Isso é por conta da relação com os governos estaduais e municipais. Eu dirigi a Secretaria de Assuntos Federativos e isso fez com que tivesse papel permanente com os governos estaduais e municipais. E, como há as viagens com os governadores envolvidos e as obras do PAC, isso faz com que a gente seja convidado.

Muito se fala sobre a guinada mais à esquerda do PT a partir do congresso do partido. Como o senhor avalia essa questão? O congresso do partido mostrou que a grande maioria do PT compreende que a mudança já começou no governo do presidente Lula, que a inflexão na política econômica nós já fizemos no nosso governo, quando colocamos como objetivos centrais a manutenção do crescimento, a redução do desemprego, da pobreza e da vulnerabilidade externa. Fizemos isso mantendo os instrumentos da política macroeconômica, metas de inflação, superávit primário e câmbio variável, fazendo com que essas metas fossem submetidas a esses ajustes fiscais. E o PT tem a percepção de que o governo da futura presidenta Dilma tem que dar continuidade a esse mesmo caminho.

O que faço no governo é manter a base unida. O meu papel é ajudar o presidente Lula a terminar o governo, e a ministra Dilma naquilo que ela nos demandar nessa pré-campanha”

O presidente Lula tem dado sinais de que pretende manter a máquina andando, quer a continuidade das políticas, e pretende manter a economia acelerada” (Correio Braziliense)