sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Avaliação positiva do governo Dilma sobe para 51%, aponta CNI/Ibope

A avaliação positiva do governo da presidente Dilma Rousseff voltou a subir entre julho e setembro, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada na manhã desta sexta-feira (30). O índice de pessoas que consideram como ótimo/bom passou de 48% para 51%.

Com isso, caiu a quantidade de entrevistados que consideram sua gestão como regular e também os que avaliam como ruim/péssimo.

O índice dos que consideram regular a gestão da presidente passou de 36% para 34%. Os que avaliam como ruim/péssimo passou de 12% para 11%.

O resultado mostra uma inversão na tendência de queda na avaliação do governo. A pesquisa anterior (realizada em julho e divulgada em agosto) mostrou que o índice dos que consideravam ótimo/bom havia caído de 56% para 48%.

Os dados mostram, portanto, que a "faxina" realizada pela presidente não está provando um impacto negativo na sua gestão. Desde a divulgação da pesquisa anterior, dois ministros do atual governo caíram após denúncias de corrupção: Wagner Rossi (Agricultura) e Pedro Novais (Turismo).

Novais pediu demissão após reportagem da Folha informar que ele manteve uma empregada em sua residência, paga como secretária parlamentar no período em que ele era deputado. Outro servidor da Câmara atuava como motorista de sua mulher.

Aprovação de Dilma

O último levantamento também mostra que a aprovação da presidente também voltou a crescer. Em março, o índice era de 73%, caiu depois para 67% em julho e agora subiu para os atuais 71%.

Os que desaprovam a presidente Dilma eram 12% em março, 25% em julho e agora são 21%.

Um dos únicos aspectos em que a aprovação do governo não subiu foi na avaliação das ações de combate à inflação. O índice ficou em 38%, assim como na pesquisa divulgada em agosto. Em março, eram 48% os que aprovavam.

Houve uma melhora na avaliação nos demais aspectos, como saúde, educação, segurança pública, política de impostos, de taxa de juros, combate ao desemprego e meio ambiente.

Quando comparado com o governo Lula, passou de 11% para 15% os que consideram o governo da presidente Dilma melhor.

Essa é a terceira pesquisa CNI/Ibope divulgada no ano. O levantamento foi feito entre os dias 16 e 20 de setembro. Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 141 municípios e a margem de erro é de dois pontos percentuais.

Folha.com

Presidente do Incra reafirma na Câmara compromisso com comunidades quilombolas

O Incra vai empreender esforços para avançar nos processo de regularização de territórios quilombolas. O compromisso foi reafirmado pelo presidente da autarquia, Celso Lisboa, durante audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, realizada na manhã desta quinta-feira (29).

A reunião, presidida pelo deputado Amauri Teixeira (PT-BA), tratou de questões relacionadas à ação proposta pelo DEM que questiona a constitucionalidade do Decreto 4887, de novembro de 2003. O ato regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos e transfere ao Incra a competência para tal.

“O Incra é comprometido com essa política. Do ponto de vista legal, a análise jurídica que a nossa procuradoria faz é que o decreto é constitucional”, afirmou Lisboa. Ele acrescentou que, apesar de o decreto ser de 2003, foi necessário alguns anos para poder estruturar a autarquia a fim de iniciar as ações em benefício das comunidades quilombolas. “Esse trabalho está ganhando velocidade. Quanto mais passa o tempo, mais a gente avança”, assegurou.

De acordo com Lisboa, atualmente há 1.076 processos de regularização de comunidades quilombolas tramitando na autarquia. Entre 2003 e 2010, foram emitidos 72 títulos de domínio às comunidades e, abertos mais de 900 processos, dos quais 129 já contam com Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação do Territóio (RTID) publicados. Ao ser questionado sobre a demora na conclusão dos processos, ele lembrou que há morosidade porque existe uma demanda reprimida de 500 anos, desde do início da vinda de escravos para o Brasil. “Esse passivo, essa dívida que o Estado brasileiro tem com os negros, começou a ser reparada agora”, ressaltou.

Lisboa também explicou que é preciso seguir rigorosamente a legislação em vigor para não haver risco de questionamentos judiciais que impliquem na perda de todo um trabalho de titulação. “A gente reconhece que existe uma morosidade, mas também entende essa morosidade, porque é um processo relativamente novo e com um demanda muito grande”.

Além da presença de representantes quilombolas, a reunião contou, entre outros, com a participação da subprocuradora-geral da República, Deborah Duprat, do presidente da Fundação Palmares, Eloi Ferreira de Araújo, e do presidente do Conselho Quilombola da Bahia, Valmir Santos.

MDA

Avicultura caipira é destaque no assentamento Flor do Amazonas

A criação de galinha caipira nos assentamentos da reforma agrária é um projeto do Incra de Rondônia que está comprovando seus excelentes resultados e vem fazendo muito sucesso, especialmente entre as mulheres dos projetos de assentamento Flor do Amazonas I, II e III, em Candeias do Jamari(RO). A primeira etapa da criação, em maio deste ano, atingiu o objetivo inicial de produzir três mil unidades, e agora a segunda etapa foi concluída com a produção de cinco mil aves.

O superintendente do Incra/RO explicou que através da modalidade de crédito “Apoio Mulher”, destinada pelo órgão às agricultoras dos assentamentos para o incremento de uma atividade produtiva, cada participante tem R$ 2,4 mil em equipamentos e insumos, que vêm acompanhados de capacitação na atividade escolhida em grupo. O valor é repassado em três parcelas de R$ 800.

“Esta foi a primeira experiência do Incra em Rondônia nessa modalidade de crédito. Aprovamos três projetos do Flor do Amazonas para a criação de aves, com 73 agricultoras, que envolvem a construção das granjas, aquisição de equipamentos e matrizes e acompanhamento do negócio. Já na primeira etapa o grupo alcançou uma boa produção, que foi quase multiplicada na segunda etapa”, comemorou o superintendente.

As participantes realizaram curso na área através da assistência técnica do Incra, abordando teoria e prática, como vacinação, manejo inicial das matrizes, definição das raças e linhagens, seleção e classificação de ovos, prática de abate, embalagem e comercialização.

Márcia Elias, presidente da Associação dos Produtores Rurais do Flor do Amazonas, informou que a produção da segunda etapa já foi quase toda comercializada em poucos dias. “Só temos agora 10% da produção e a terceira etapa está prevista para novembro”, informou.

Atualmente o Incra está atuando na elaboração do projeto para construção do abatedouro coletivo, em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (Seagri), que inclui desde a edificação até a compra dos equipamentos para a agroindústria, com recursos do programa do Incra denominado “Terra Sol”, para dar um incremento maior à produção e consolidar o negócio.

Assessoria

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Brasil Sem Miséria Norte: geração de renda e preservação ambiental

A geração de renda e a preservação ambiental são o foco do Plano Brasil Sem Miséria no Norte do país. Nesta quarta-feira (28), a presidenta Dilma Rousseff assinou um termo de pactuação com os governadores dos sete estados da região, em Manaus (AM), que prevê, entre outras ações para o meio rural, instrumentos de incentivo à conservação ambiental e garantia de comercialização de produtos das populações tradicionais da Amazônia. O objetivo é retirar da pobreza extrema 2,65 milhões de brasileiros que vivem na região. Nos sete estados, 56% da população mais pobre vive no meio rural.

A ideia é ampliar a participação de produtos de agricultores familiares, assentados da reforma agrária, quilombolas e extrativistas nos mercados de compras públicas e privadas, incentivando, ao mesmo tempo, a produção sustentável.

Uma das estratégias, o Bolsa Verde, amplia a renda dessas populações com o pagamento de R$ 300,00 por família como incentivo à proteção da floresta. Essas famílias conservam o ativo ambiental das áreas onde vivem e trabalham e receberão o benefício por serviços ambientais.

“O Bolsa Verde é o reconhecimento do Governo Federal de que é fundamental um estímulo para combinar garantia de renda e a preservação ambiental. Esse é o casamento entre melhoria de renda e melhoria do meio ambiente”, afirmou a presidenta Dilma Rousseff. “É possível crescer, desenvolver um país e preservar o meio ambiente”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que definiu a implantação do Bolsa Verde como a abertura de uma nova fase de desenvolvimento ambiental, social e econômico da região.

“Com o Bolsa Verde, vamos promover a inclusão produtiva de extrativistas, quilombolas e populações tradicionais e garantir a sustentabilidade ambiental das ações das famílias atendidas”, reforçou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence. O ministro destacou que a medida será reforçada por políticas públicas de comercialização e usou como exemplo a adesão, nesta quarta-feira, do Amazonas ao Programa Aquisição de Alimentos (PAA) que, agora, passa a ser executado em todos os estados da região Norte. O convênio de R$ 2,4 milhões permitirá a aquisição, junto a cerca de 700 agricultores familiares, que vão fornecer de 850 toneladas de alimentos para atender 2 mil pessoas em situação de insegurança alimentar em 17 municípios do estado.

A solenidade realizada nesta quarta-feira reforçou a parceria do Brasil Sem Miséria com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para ampliar a oferta de produtos familiares nas redes varejistas. Em Manaus, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, o ministro Afonso Florence e o presidente da Associação Paraense de Supermercados, Fernando Yamada, formalizaram a adesão da rede varejista do Norte ao Plano. “Com a venda garantida para os mercados públicos e privado, os agricultores melhoram a renda e a organização econômica da produção. É um incentivo para a melhoria da infraestrutura no meio rural”, comemorou Florence.

Inclusão produtiva


A ministra Tereza Campello destacou que o Plano o Brasil Sem Miséria é um plano nacional que busca olhar cada uma das regiões em suas diferentes faces. “A população da região Norte não quer favor, quer oportunidade”, reforçou a ministra. Um exemplo é o da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores do Projeto de Assentamento Uatumã, em Presidente Figueiredo (AM), que, durante a solenidade, assinou acordo com a prefeitura de Manaus para fornecer produtos à alimentação escolar do município. A ação integra o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e, na primeira etapa, serão entregues 19 toneladas de banana, couve, cheiro verde, pimenta de cheiro e abacaxi.

O presidente da Cooperativa, Ozeas Martins, lembrou que, antes de acessar políticas públicas de comercialização (a Uatumã também acessa o PAA), os produtores tinham dificuldade de chegar a mercados e conseguir renda com a produção. “Era muito comum a gente vender a produção para atravessadores, que pagavam o preço que queriam e da forma que queriam. Agora, como a gente já sabe o que será comercializado, é fácil planejar o que plantar”, comparou.

Regularização Fundiária

A presidenta Dilma encerrou o evento reforçando o compromisso do Governo Federal com a regularização fundiária na Amazônia, que definiu como um instrumento para garantir a propriedade de terras aos agricultores familiares e populações da Amazônia e ajudar a combater a pobreza no meio rural. O governador do Amazonas, Omar Aziz, destacou que a regularização fundiária reforça os programas sociais. “Temos certeza que vamos avançar."

Além de Aziz, participaram da assinatura do Termo de Pactuação do Brasil Sem Miséria na região Norte, os governadores Tião Viana (Acre), Camilo Capiberibe (Amapá), Simão Jatene (Pará), Confúcio Moura (Rondônia), José de Anchieta Junior (Roraima) e Siqueira Campos (Tocantins).

MDA

Secretário da Casa Civil prestigia Fórum de mudanças climáticas


O secretário chefe da Casa Civil, Ricardo de Sá Vieira, representou o governador Confúcio Moura durante solenidade de abertura do Fórum de Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Serviços Ambientais de Rondônia, na manhã de terça-feira (27), no auditório do Sebrae, em Porto Velho. O evento é uma realização do governo de Rondônia, por intermédio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), em parceria com a Associação de Defesa Etnoambiental- Kanindé, com o objetivo de constituir um espaço democrático de discussão acerca do tema sobre mudanças climáticas, energia, biodiversidade, floresta e serviços.

O Fórum de Mudanças Climáticas de Rondônia aconteceu num grande estilo, com a presença dos artistas regionais Tiago Mazieiro e Altemyr Pereira Almeida (Caribe), ambos cantaram músicas que abordam a temática ambiental, reafirmando que em todos os diferentes momentos da história da humanidade, a centralidade da cultura é destacada com relação aos modos como se lê a natureza. É na cultura popular e pela música, que esses artistas rondonienses expressam suas percepções e vivências com a intenção de contribuírem para que as pessoas entendam melhor o mundo e tenham atitudes positivas com a vida.

O secretário da Casa Civil, Ricardo de Sá Vieira, assinou o decreto que institui o Fórum de Mudanças Climáticas, Biodiversidade, Serviços Ambientais. Na ocasião ele afirmou que o governo do estado está empenhado em construir, de forma participativa, políticas públicas que promovam o desenvolvimento sustentável local e integrado e o reconhecimento de todas as vertentes culturais.

“Rondônia não pode ter um modelo de desenvolvimento pautado prioritariamente no extrativismo e nem totalmente no agronegócio. Precisamos criar estratégias que conciliem a preservação e a conservação ambiental com crescimento e desenvolvimento econômico incluindo todas as vertentes sociais. Fazendo assim estaremos trilhando os caminhos do equilíbrio socioambiental, garantindo a dignidade humana e legitimando a pluralidade cultural das presentes e futuras gerações", diz Ricardo de Sá.

Durante o evento, houve a palestra do representante do Instituto de Mudanças Climáticas do Acre, engenheiro Agrônomo Charle Ferreira Crisóstomo, que falou sobre as políticas públicas desenvolvidas no Acre; Mudanças climáticas em Rondônia? Pelo meteorologista Marcelo Gama, técnico da Sedam e a palestra de Vitor Mamede, secretário executivo do Observatório Nacional de REDD+.

Além da secretária da Sedam, Nanci Maria Rodrigues da Silva, participaram da abertura do evento o secretário-chefe da Casa Civil, Ricardo Sá, Edjales Benicio de Brito, do Grupo de Trabalho Amazônico; Carlino Lima, superintendente do Incra; Charle Crisóstomo, do Instituto de Mudanças Climáticas do Estado do Acre; Vitor Mamede, do GTA - Observatório Nacional do REDD+, Antonio Brito, representante da deputada Glaucione Rodrigues, que é presidente da Comissão de Meio Ambiente da ALE e reuniu autoridades, acadêmicos, pesquisadores, professores, lideranças indígenas, extrativistas e técnicos de meio ambiente.

Decom

Governo alia superação da extrema pobreza à proteção ambiental e lança Bolsa Verde


Em evento do Brasil Sem Miséria no Norte, presidenta Dilma assina decreto criando programa em benefício das famílias que desenvolvem atividades de conservação em áreas de preservação do meio ambiente. Em Manaus, também foram assinados acordos com governadores e prefeitos para retirar da extrema pobreza 2,65 milhões de brasileiros que vivem nos sete estados da região

O Governo Federal, em parceria com estados e municípios, alia a superação da extrema pobreza à proteção ao meio ambiente. Nesta quarta-feira (28), na capital do Amazonas, a presidenta Dilma Rousseff, ao lado de ministros, governadores e prefeitos, lançou o Programa de Apoio à Conservação Ambiental (Bolsa Verde), uma das estratégias do Plano Brasil Sem Miséria. As famílias beneficiárias receberão R$ 300, a cada trimestre, pelos serviços de conservação ambiental. A meta é atender 18 mil famílias este ano e chegar a 76 mil até 2014.

O Bolsa Verde, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), incentiva a conservação dos ecossistemas brasileiros e promove a cidadania dos moradores dessas áreas. O valor será transferido por meio do cartão do Bolsa Família. O governo capacitou técnicos de várias partes do País para atuarem no programa. Em outubro, 3,5 mil famílias já começam a receber o benefício. É o caso da beneficiária acreana Leonora Siqueira Maia, que receberá o Bolsa Verde junto com o benefício do Bolsa Família. “Com a complementação, vai valer a pena preservar a nossa área e a nossa água”, comemorou a moradora do município de Sena Madureira.

Para a presidenta Dilma Rousseff, a viabilidade do Brasil Sem Miséria somente será viável se ficar acima das diferenças partidárias e se “tivermos nossas cabeças, sentimentos e esforços voltados para a resolução desse grave problema de nosso País, que é a existência da população extremamente pobre”. Segundo ela, o Bolsa Verde é fundamental para contribuir para o modelo de crescimento brasileiro. “Esse é o casamento entre melhoria de renda e melhoria do meio ambiente”, concluiu.

As atividades de proteção ambiental podem ser desenvolvidas em florestas nacionais, reservas extrativistas e de desenvolvimento sustentável, além de projetos de assentamento florestal, de desenvolvimento sustentável e de assentamentos extrativistas do Incra. Proteção de Áreas de Preservação Permanente (APPs), extrativismo com base em boas práticas e pesca com manejo adequado são algumas das atividades de preservação ambiental a serem contempladas pelo Bolsa Verde.

O monitoramento do Bolsa Verde será feito por meio do satélite do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), que mapeará as áreas onde vivem as famílias atendidas. Também haverá visitas aos locais para avaliar o impacto da iniciativa. O programa, de acordo com o MMA, não impede plantações, desde que feitas de forma sustentável.

Para participar do Bolsa Verde, é preciso que o responsável pela família beneficiada se cadastre no programa. Atualmente, oito mil famílias já estão cadastradas e assinaram o termo de adesão. Dados do governo mostram que a criação e manutenção de unidades de conservação, onde estão 9% da água captada para consumo humano, impediram a emissão de 2,8 bilhões de toneladas de carbono.

Governadores e prefeitos – No encontro, o Governo Federal, os governadores Tião Viana (Acre), Omar Aziz (Amazonas), Camilo Capiberibe (Amapá), Simão Jatene (Pará), Confúcio Moura (Rondônia), José de Anchieta Júnior (Roraima) e Siqueira Campos (Tocantins) e as associações de municípios assinam termo de compromisso para superar a miséria na região. Além do Bolsa Verde, estão previstas ações de localização e cadastramento da população extremamente pobre que ainda não recebe benefícios sociais, de aquisição de alimentos produzidos pela agricultura familiar, de qualificação profissional nas áreas rural e urbana e de complementação financeira do Bolsa Família.

O objetivo é retirar da extrema pobreza 2,65 milhões de brasileiros que vivem na Região Norte. Nos sete estados, 56% da população mais pobre estão na área rural. No País, a meta do Brasil Sem Miséria é atender 16,2 milhões de pessoas (17% delas na Região Norte), com transferência de renda, acesso a serviços públicos nas áreas de educação, saúde, assistência social, saneamento e energia elétrica, e inclusão produtiva.

O governador Anchieta Júnior enfatizou que essa integração é fundamental para que políticas públicas sejam feitas de forma diferenciada. “Roraima se coloca à disposição para que esses objetivos sejam alcançados o mais rápido possível.” Camilo Capiberibe ressaltou que “estamos todos convocados a resgatar a dignidade de todos esses brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza.” Já Confúcio Moura apresentou o cartão que representa a parceria entre o programa de Rôndonia, o Plano Futuro, e o Brasil Sem Miséria. “Precisamos trabalhar a complementação de renda dos segmentos não atingidos, como as reservas extrativistas estaduais.” Segundo Tião Vianna, quando se fala num programa como o Brasil Sem Miséria, não se fala numa ilha. “Você está longe, mas pode estar perto dessas unidades de produção da castanha, da borracha. Você também pode participar”.

Siqueira Campos disse que a criação do Brasil Sem Miséria foi muito oportuna: “A importância é fundamental para nosso estado. Temos hoje em Tocantins 108.685 famílias com renda de até R$ 70, e 13.689 delas com renda zero. Esperamos mudar substancialmente essa realidade cruel.”Para Simão Jatene, uma das virtudes do programa lançado hoje é o convite a todos os governadores brasileiros a eliminar a miséria no País. “Este é o momento de estender a mão a todos os estados, independentemente das diferenças.” Ao encerrar as falas dos governadores, Omar Aziz alertou para a importância da discussão das políticas estaduais com a participação da comunidade. “A parceria do estado com os ministérios e com o Brasil Sem Miséria é uma maneira de dar continuidade ao nosso trabalho com essas comunidades, que chamamos de Bolsa Floresta. Essa caminhada não é mais apenas minha, é nossa. Vamos avançar juntos”, frisou.

Bolsa Família - Durante o evento, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, e os governadores Camilo Capiberibe (Amapá) e Confúcio Moura (Rondônia) assinam acordo para complementar o valor do Bolsa Família. No Amapá, a medida vai integrar as ações estaduais – Renda para Viver Melhor, Bolsa Família Cidadã e Amapá Jovem – ao programa federal de transferência de renda. A meta é atender 30 mil famílias. Em Rondônia, os beneficiários extremamente pobres, com renda mensal inferior a R$ 70, vão receber complementação de renda do governo do estado no valor de R$ 30 por membro da família, até o limite de cinco integrantes, ou o valor total de R$ 150.

Tereza Campello afirmou que os governadores e prefeitos são os grandes parceiros da construção do Brasil Sem Miséria. “Este é um momento decisivo. Trata-se de um plano nacional, que busca olhar cada uma das regiões em suas diferentes faces.” Segundo ela, este é o grande sentido dos pactos regionais: “Já fizemos o Pacto Nordeste e o Sudeste. Este é o terceiro pacto. As próximas regiões serão a Centro-Oeste e a Sul. A população não quer favor. Quer oportunidade e condições de trabalho. Quer acesso a mercados, oportunidades e informações”, disse.

A ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira, reforçou a valorização das comunidades tradicionais e extrativistas na busca por um país considerado modelo de desenvolvimento sustentável e a importância das parcerias. O representante dos extrativistas da Região Norte, Nelson Martins da Silva, afirmou que o Bolsa Verde traz muitas melhorias para as famílias. “Em minha comunidade, em Bragança, já somos 1.649 famílias atendidas pelo programa, que proporciona a todos uma chance de se aperfeiçoar e montar uma estrutura adequada na luta pela conservação e preservação do meio ambiente.”

Também participaram do evento os ministros Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário) e Helena Chagas (Secretaria de Comunicação Social), prefeitos, empresários do setor de supermercados, lideranças da região e beneficiários dos programas sociais.

Busca Ativa – Para agilizar o cadastramento e a atualização dos dados das famílias beneficiárias, o governo anuncia a instalação de 166 antenas fixas de conexão com internet, via satélite, em 160 municípios do Acre, Pará, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Roraima e Amazonas. Os equipamentos, que serão colocados por meio de acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), do Ministério da Defesa, possibilitam a identificação de comunidades que vivem em regiões mais isoladas, sem conexão à rede de computadores.

A iniciativa compõe as diferentes estratégias do governo para localizar e cadastrar pessoas que ainda não acessam os programas sociais. O objetivo da ação, chamada Busca Ativa, é levar o Estado até a população mais pobre, com prevenção de situações de vulnerabilidade e risco social, oferta de serviços públicos próximo do local de moradia das famílias e identificação das que não recebem os benefícios a que têm direito, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).


Brasil Sem Miséria fortalece agricultura familiar
Ao assinar convênio com o governo do Amazonas nesta quarta-feira (28), em Manaus, durante evento do Brasil Sem Miséria no Norte, o Governo Federal amplia o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA) na região. A ação, no valor de R$ 2,5 milhões, atenderá 683 agricultores familiares, de 17 municípios, para adquirir 850 toneladas de alimentos e distribuí-las a 34 entidades socioassistenciais.

Também será firmado contrato entre a Prefeitura de Manaus e a Cooperativa Agroindustrial dos Produtores do Projeto de Assentamento Uatumã para distribuir alimentos a 430 escolas da cidade, via Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do Ministério da Educação. Ao todo, 260 mil alunos terão reforço na alimentação escolar, com produtos como banana, mamão, arroz, couve e abóbora, entre outros. O valor do contrato é de quase R$ 3,5 milhões e beneficiará mais de mil agricultores familiares.

Supermercados – Ainda durante a cerimônia, as afiliadas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) na Região Norte firmarão compromisso de adquirir alimentos de agricultores familiares em seus estabelecimentos. Além disso, há previsão de que os empresários do setor comecem a contratar pessoas que integram o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. O Maranhão, que não faz parte da Região Norte, também será favorecido nessa ação.

A rede de supermercados Araújo, do Acre, assinará acordo para comercializar produtos da Cooperativa dos Fornecedores de Aves de Brasileia (Agroaves). O volume mensal de alimentos será de 175 toneladas, e 150 agricultores familiares serão beneficiados pelo negócio, que deve movimentar mais de R$ 740 mil por mês.

No Norte do País, 1,5 milhão de pessoas vivem em zonas rurais em situação de extrema pobreza. A região abriga 2,65 milhões dos 16,2 milhões de brasileiros nessa condição. Números recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 70% dos alimentos que vão à mesa dos brasileiros são produzidos por agricultores familiares. Anualmente, o País bate recordes na produção de grãos e em muitas áreas do agronegócio é o número um no mundo. No entanto, essa riqueza não chega a 7,5 milhões de pessoas que vivem na zona rural e são identificadas como extremamente pobres. Elas representam 47% dos 16,2 milhões de brasileiros nessa situação.

Região Norte – População em extrema pobreza

Acre – 121.290
Amapá – 82.924
Amazonas – 648.694
Pará – 1.432.188
Rondônia – 121.290
Roraima – 76.358
Tocantins – 163.588

Total – 2.658.452
Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010

Ascom/MDS