quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Almoço pró-petista reúne 18 ministros e 38 senadores

Em uma manifestação do peso da máquina pública na campanha presidencial da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, 18 ministros e 38 senadores reuniram-se ontem, em almoço na residência do senador Gim Argello (PTB-DF), para definir estratégias para eleger Dilma. Os senadores foram orientados pelo presidente do PMDB e vice na chapa de Dilma, Michel Temer, a pedir votos para a candidata do PT. Os pretextos para o encontro foram confraternização e discussão da pauta de votações do Senado neste semestre.

Durante o brinde, Temer avisou que a campanha de Dilma nos Estados estava entregue aos senadores. Dos 38 senadores presentes, 16 são candidatos à reeleição. "Você não ganha as eleições apenas em Brasília, você deve percorrer os Estados. Lá, o trabalho dos senadores e dos ministros será fundamental", disse, completando: "Estamos partilhando o pão na casa do senador Gim, unindo o governo que sairá e o governo que chega."

Diversos ministros confirmaram que estão conversando com Dilma, municiando-a para o debate de quinta-feira, na TV Bandeirantes. No último domingo de julho o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, esteve com a candidata passando dados de sua Pasta e disse que a saúde deve estar no centro das ações do próximo governo. Já o ministro dos Esportes, Orlando Silva, declarou que a candidata do PT tem plenas condições de falar de esporte e sobre a Copa do Mundo e Olimpíada.

Coordenador político do governo, o ministro Alexandre Padilha confirmou que todos os integrantes da Esplanada estão livres para trabalhar por Dilma e aliados nos fins de semana. "Somos atores políticos. Trabalhar por Dilma e pelos aliados é defender o governo Lula". Padilha declarou que uma das prioridades é eleger ampla bancada de senadores e deputados pró-Dilma. "Isso é importante para que o governo Dilma dê continuidade aos avanços conquistados durante o governo Lula".

O secretário de comunicação do PT, André Vargas (RS), afirmou que a campanha de Dilma ganhará mais "força e calor" a partir do início do horário eleitoral, em meados de agosto. Ele reconheceu que a candidata do PT ainda está fria, dependente do apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na agenda externa de campanha. Em Garanhuns, quando Dilma foi discursar, o público dispersou-se. Em Curitiba, permaneceu, mas a estratégia adotada foi diferente: ela discursou antes de Lula. "Tem coisas que só se aprende fazendo. O próprio Lula, que hoje é esse fenômeno de comunicação, não nasceu com o dom, ele foi se aprimorando", comentou Vargas.

A chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, é uma das poucas que não vai dividir a agenda de ministra com a campanha. Ela foi escalada para fazer reuniões bilaterais com os diversos ministros e impedir que o governo fique paralisado. "Essa é minha prioridade, a minha presença na campanha é perfeitamente dispensável", disse Erenice.

Valor Econômico

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