quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Amazônia vai ganhar mais cientistas e pesquisadore

A boa notícia foi dada pelo ministro Aloizio Mercadante, da Ciência e Tecnologia, durante encontro com instituições de pesquisas em Manaus

A pesquisa na Amazônia é decisiva e será incentivada pelo governo federal como forma de ampliar o conhecimento, conservar a biodiversidade e promover o crescimento econômico da região. É o que garantiu o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, durante reunião em Manaus com dirigentes de instituições da área de ciência, tecnologia e inovação da Amazônia.

Para isso, segundo Mercadante, o governo já trabalha para criar condições de fixar pesquisadores e doutores na região. “Precisamos de mais pesquisadores que tenham coragem de se dedicar a Amazônia”, afirmou Mercadante para uma plateia formada por alunos, pesquisadores, cientistas, diretores e coordenadores das instituições científicas locais. Para o ministro, o crescimento da Amazônia está condicionado ao conhecimento científico.

Anunciou que medidas nesse sentido já começaram a ser adotadas. A primeira delas é a instalação de um escritório do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) para dá celeridade aos processos de patente. Na próxima semana, Mercadante tratará da questão com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.

“Pretendemos trazer técnicos para cá. A idéia é criar uma cultura de patentes”, explicou. Na avaliação de Mercadante, as patentes vão baratear e facilitar o desenvolvimento de produtos oriundos da Amazônia. Ao longo de todo o ano de 2010, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) finalizou apenas nove processos e produtos patenteados.

Em 56 anos de existência, o Inpa coleciona somente 61 produtos e processos protegidos, uma quantia ínfima quando comparada com a riqueza da Amazônia que precisa ser protegida.

A falta de pesquisadores na Amazônia é outro ponto preocupante para a nova gestão do Ministério da Ciência e Tecnologia. Mercadante considerou insuficiente o número de pesquisadores na região. Mercadante ressaltou que nos nove estados da Amazônia, só existem sete pesquisadores especializados em catalogação de espécies de árvores.

Anualmente, o Brasil forma 11 mil doutores, sendo apenas 40 especializados em Biologia na Amazônia. “A região merece um olhar diferenciado do Brasil”. Para mudar esse quadro, o governo federal vai ampliar sua política para fixar mais doutores na Amazônia.

Mercadante se reuniu com representantes de instituições de diversas instituições, entre os quais o Museu Paraense Emílio Goeldi, Instituto de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, Embrapa e Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Secretária de Ciência e Tecnologia do Amazonas (SECT) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Rede de pesquisas

Durante sua visita a Manaus, Mercadante anunciou que o Inpa participará da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima). Segundo o pesquisador do Inpa, Carlos Nobre, a rede clima atuará a partir deste ano e com mais três novos sub-temas: oceanos, desastres naturais e serviços ambientais dos ecossistemas, sendo que este último, o Inpa passará a coordenar.

“É uma coordenação nacional e hoje nós vimos nas apresentações do Inpa, Museu Emílio Goeldi e do Instituto Mamirauá que esse assunto é importantíssimo”, declarou. Mercadante destacou a importância da Amazônia para a ciência brasileira e disse que a região será uma das prioridades da pasta.

“A Amazônia merece um olhar diferenciado do Brasil, o país tem que entender que aqui nós temos quase metade do nosso território, o maior patrimônio genético, além do maior centro de Biodiversidade e, portanto, tem a importância estratégica da sustentabilidade”, ressaltou.

Segundo o diretor do Inpa, Adalberto Val, a participação do instituto na Rede Clima será importante para a região. “O Inpa se preparou para isso, pois tem um conjunto de pesquisadores e equipamento, além de várias informações que o credencia para executar o trabalho”.

Agência Amazônia

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