sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Índios suruí analisam 40 anos de contato

O povo Paíter, também conhecido por Suruí, celebra no próximo dia 7 de setembro os 40 anos de contato pacífico com os migrantes brasileiros que colonizaram Rondônia. Cerca de 50% dos Suruí morreram de doenças após o primeiro contato. No lugar das comemorações ou lamentações, típicas de datas históricas, a comunidade Suruí promoverá uma reflexão itinerante, que inicia hoje, às 19h, no Mercado Cultural, em Porto Velho, com apresentações culturais, exposição fotográfica, venda de artesanato e diálogos com a sociedade.

Em Cacoal, as ações culturais e de reflexão iniciam no dia 31 de agosto, e na comunicade indígena as atividades de concentram na semana da Pátria. “O 7 de setembro representa para todos os brasileiros a independência do Brasil em relação a Portugal, e para nós, em particular, o início de um período de opressão e doenças”, disse o líder da tribo Gamebey Surui, coordenador geral da Organização Metareila do Povo Indígena Surui.

Os Suruí vivem na Terra Indígena Sete de Setembro, numa área de 247.870 hectares banhada pela bacia do Rio Branco em região fronteiriça, ao norte do município de Cacoal (estado de Rondônia) até o município de Aripuanã (estado do Mato Grosso). Na época do primeiro contato, em 1969, eram mais de 5 mil Surui. Poucos anos depois restavam apenas 300 Suruí e hoje vivem nas quatro aldeias da terra indígena um pouco mais de 1.500 Suruí. A ruptura representada pelo contato ainda está viva na memória da comunidade, sendo que muitos anciãos e algumas lideranças atuais o presenciaram.

Desde então, os Suruí buscam uma nova forma de relação entre eles e a sociedade, na perspectiva de autonomia e cidadania planetária, e baseada em projetos de sustentabilidade. As condições de Saúde e Educação na comunidade ainda não são as desejadas, relata o líder Almir, mas a perspectiva de melhorias existe e está presente nos projetos desenvolvidos pelas lideranças. “Estamos implementando políticas que possam manter a floresta em pé e fazer seu uso com base no manejo sustentável e com planos para os próximos 50 anos”, destaca Almir. (Diário da Amazônia)

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