quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Aquecimento global vai aumentar número de raios que caem no Brasil

Crescimento será de 18% em dez anos e de até 90% até o fim do século

Mesmo sem ligação aparente com o apagão, os raios devem causar mais prejuízos no Brasil devido ao aquecimento global.


Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Osmar Pinto Junior, lançou este mês, nos EUA, um livro afirmando que as descargas atmosféricas aumentarão 18% no Brasil na próxima década. O livro é o primeiro a associar raios ao aquecimento global.

O Brasil é o país onde mais cai raio no mundo. São 50 milhões por ano, que causam cem mortes e R$ 1 bilhão em prejuízos. E a tendência é que esses números cresçam. Em São Paulo, o número de raios aumentou 60% em meio século. O Inpe trabalha na construção de novas séries históricas — uma medirá o aumento de raios no Rio; outra pretende consolidar o número de mortes e o prejuízos causados por descargas desde 2000.

O trabalho estima que, se a temperatura da Terra subir 4 graus Celsius, elevação considerada provável, a incidência de raios aumentará 90% nas regiões Sudeste e Nordeste e em boa parte do Sul até o fim do século.

Na Amazônia, o aumento de raios poderá ser de 150%.

Segundo Osmar, coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Inpe, a estrutura disponível para amenizar o prejuízo causado por raios é precária.

Além da falta de campanhas públicas, chama atenção a cobertura limitada da rede de monitoramento de raios, que ainda não alcança o Nordeste e a Amazônia.

As conclusões de Osmar foram publicadas no livro “Lightning in the tropics: from a source of fire to a monitoring system of climatic changes” (em tradução livre, “Os raios nos trópicos — de uma fonte de fogo a um sistema de monitoramento de mudanças climáticas”), ainda sem previsão de lançamento no Brasil. (O Globo)

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