quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Desenvolvidos querem que emergentes também definam números para acordo

Uma meta puramente voluntária por parte do Brasil pode não ser suficiente para fechar um acordo ambicioso em Copenhague. Na última rodada de negociações em Barcelona, na semana passada, negociadores dos países ricos enfatizaram que as propostas de redução de emissões apresentadas pelas economias emergentes deverão ser de cumprimento obrigatório.

"Sabemos, por experiência, que objetivos voluntários não se traduzem em ações verdadeiras", disse ao Estado Elliot Diringer, vice-presidente para estratégias internacionais do Pew Center on Global Climate Change, importante centro de estudos americano. Ele prevê que o acordo final, com compromissos específicos de redução para todos os países, não será fechado em Copenhague - principalmente porque não haverá tempo para os EUA definirem suas metas. "Lá, o objetivo deveria ser um acordo político que estabelecesse uma arquitetura básica e um prazo para a conclusão de um pacto legal definitivo em 2010", disse. "Esse acordo político inicial deve incluir compromissos provisórios por parte das grandes economias, que serão traduzidos em compromissos legais no tratado final."

O diretor do Programa de Florestas Tropicais da ONG americana Environmental Defense Fund, Steve Schwartzman, disse que o compromisso de redução de 80% do desmatamento na Amazônia já seria bastante ambicioso. "O Brasil está fazendo o que todos deveriam estar fazendo: definindo metas e começando a colocá-las em prática", disse.

O brasileiro André Ferretti, coordenador da ONG Observatório do Clima, tem opinião semelhante. "O mais importante é que o Brasil assuma um compromisso oficial de reduzir suas emissões", disse. "Estou mais preocupado com o número do que se isso deve ser chamado de meta ou não." Por outro lado, Ferretti diz que o governo "não deveria ter medo" de assumir uma meta. "O Brasil deveria ser voluntário a ter uma meta obrigatória. Teríamos muito mais a ganhar com isso do que com essa posição retrógrada." (O Estado de são Paulo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário