quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A apenas três dias de um acordo

Lula e chefes de Estado terão que superar impasses em Copenhague

Faltam apenas três dias para as 192 nações que participam da Conferência de Copenhague fechem (ou não) um acordo sobre o clima. Os negociadores devem apresentar uma proposta final ainda quarta-feira para apreciação dos ministros dos países. Mas quem baterá o martelo serão os chefes de Estado que se reúnem quinta-feira e na sexta-feira.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou terça-feira para Copenhague, onde fará um discurso quinta-feira. Ele chega ao evento com o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 39,8% até 2020 – incluindo nesta conta a redução do desmatamento da Amazônia em 80%. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, se declarou otimista:

– Eu acho que nós estamos encaminhando para um acordo nesta fase final. Todo mundo vai chegar aqui querendo ajudar.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, também se disse “moderadamente otimista”. No entanto, afirmou que “Copenhague não pode solucionar tudo” e afirmou que espera resultados, sobretudo, em matéria de financiamento da luta contra as mudanças climáticas e sobre as datas nas quais as emissões devem alcançar um pico antes de começar a cair.

Minc disse que foi feito um esforço no Brasil para levar adiante suas próprias metas de redução, diminuindo o desmatamento na Amazônia, e para dar tecnologia aos países menos desenvolvidos de América Latina e África, para a vigilância por satélite de suas florestas e para a fabricação de bioetanol.

Terça-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que a conclusão de um acordo mundial contra o aquecimento climático, é um “momento determinante na história”.

– Até que tenhamos um acordo, o Protocolo de Kyoto permanece como o único instrumento legalmente vinculante que sela os compromissos de redução das emissões de gases de efeito estufa – disse.

O primeiro período de compromisso de Kyoto expira em 2012. Os países emergentes esperam dos industrializados um compromisso até sexta-feira para prorrogá-lo.

Segundo Ban Ki-moon, a ajuda financeira dos países industrializados às nações em desenvolvimento constituirá um elemento-chave do futuro acordo para ajudar os países mais vulneráveis. Ele espera um consenso entre países desenvolvidos para conceder cerca de US$ 10 bilhões por ano, durante três anos, a título de ajuda imediata, à adaptação das nações mais vulneráveis aos impactos do aquecimento.

A presidente da COP15, a dinamarquesa Connie Hedegaard, admitiu que ainda há muitos obstáculos nas negociações e disse que as próximas 48 horas serão críticas para que a reunião tenha êxito. O secretário-executivo da cúpula, Yvo de Boer, reconheceu que leva tempo colocar de acordo 192 países, com aspirações e realidades diferentes. (Jornal do Brasil)

Nenhum comentário:

Postar um comentário