sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Dilma e Serra apostam em inaugurações

Palanques oficiais para Dilma

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está intensificando a mobilização de ministros e governadores aliados para definir um roteiro de obras federais que serão inauguradas ou visitadas no primeiro semestre deste ano para expor a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República. Lula acertou ontem com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e com os governadores de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do Piauí, Wellington Dias (PT), visitas à Transnordestina nesses estados, em março.

Na próxima quinta-feira, Lula comandará a primeira reunião ministerial do ano para montar o plano de campanha e cobrará empenho de todos na execução dos projetos prioritários de cada pasta.

- Está claro que é campanha antecipada, porque a função da Casa Civil é cuidar dos documentos que o presidente vai assinar, não ficar inaugurando obras. Com esse número de obras, vai ser um comício por dia até a eleição. Até quando o TSE vai continuar ignorando isso? - protestou o líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO).

A avaliação dos aliados é que a melhor peça de campanha da ministra é o bom desempenho do governo. O presidente vai pedir atenção especial às ações na área social e à economia. Lula tem argumentado que essa receita deu certo no enfrentamento da crise e deve ser mantida. Para manter o foco da equipe nas ações de governo, Lula deverá orientar os ministros a deixarem as articulações políticas com vistas às eleições de outubro para os partidos aliados.

"Ela vai estar nos passos do governo"

O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), disse que Dilma deve reforçar sua presença nas cidades e nos estados com maior densidade eleitoral, casos de São Paulo e Minas Gerais. Enquanto não deixa o governo, Dilma vai aproveitar os últimos dias - ela tem até o início de abril para se desincompatibilizar - para ir a lançamentos e inaugurações de obras, ao lado do presidente Lula.

- Ela vai estar nos passos do governo - disse Vaccarezza.

O carro-chefe de Dilma será o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do qual é coordenadora. A previsão é que até o final do ano, 203 obras do PAC possam ser inauguradas, sendo que 131 estão concluídas, esperando apenas a festa política. Pelo menos 178 escolas técnicas poderão ser inauguradas em pleno ano eleitoral, sendo que 51 estão prontas.

Os projetos que não estão prontos para inauguração serão vistoriados, como aconteceu no ano passado com a transposição do rio São Francisco. A Transnordestina, que interligará os estados do Piauí, de Pernambuco, do Ceará e de Alagoas, entrará na agenda de Lula e Dilma em março. A ferrovia é uma das principais obras do PAC, com investimento de R$5,4 bilhões e expectativa de geração de 7 mil empregos. Deve ser concluída em setembro de 2011. O projeto envolve a construção de 1.728 quilômetros de ferrovia e a remodelagem de 550 quilômetros.

Hoje, a ministra e o presidente estarão no lançamento da pedra fundamental da refinaria da Petrobras em Bacabeira, no Maranhão. Na próxima terça-feira, os eventos serão em Minas Gerais - estado considerado decisivo no processo eleitoral. A ministra deverá acompanhar Lula ao Vale do Jequitinhonha, na inauguração da barragem de Setúbal, em Jenipapo de Minas. Depois, seguem para Juiz de Fora, onde haverá mais duas inaugurações: de uma termelétrica e de uma unidade de pronto-atendimento (UPA).

A candidatura de Dilma será lançada oficialmente no Congresso Nacional do PT, em fevereiro, em Brasília. (O Globo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário