sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Países ampliam socorro ao Haiti

Sarkozy propõe cúpula com EUA e Brasil sobre Haiti

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, propôs ontem a convocação de uma conferência internacional para a reconstrução do Haiti. "Proporei ao presidente (americano, Barack) Obama, com quem vou falar nas próximas horas, que EUA, Brasil, Canadá e outros países tomem a iniciativa de convocar uma grande conferência para a reconstrução do Haiti", disse Sarkozy. "Precisamos ter certeza de que o país vai se livrar dessa maldição, de uma vez por todas."

A França está mandando 2 navios de guerra e um hospital de campanha de 50 leitos. Obama anunciou ontem que vai destinar US$ 100 milhões para ajudar o Haiti e prometeu aos haitianos: "Nós não vamos abandoná-los; vocês não serão esquecidos." As doações dos EUA e de quatro instituições internacionais já somam US$ 500 milhões.

Em seu segundo pronunciamento na TV sobre o desastre, Obama afirmou que esse era apenas o começo e os EUA enviariam mais ajuda ao País. "Mais equipes de resgate americanas estão chegando, mais comida e mais água", ele disse.

Obama elogiou a atuação das tropas brasileiras e afirmou que vai trabalhar em parceria. "Nós vamos trabalhar em parceria com as Nações Unidas e suas tropas, especialmente as do Brasil, que já estão lá por causa de seu excelente trabalho na missão de paz."

Ele estava cercado pelo alto escalão do governo: a secretária de Estado, Hillary Clinton, que interrompeu sua viagem à Ásia, o secretário de Defesa, Robert Gates, o vice-presidente, Joe Biden, além da embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice.

Obama convocou dois ex-presidentes - seu antecessor, George W. Bush, e Bill Clinton para ajudar no esforço de reconstrução do país. O presidente ligou ontem para Bush. "Os dois concordaram em participar", disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, Clinton já é enviado especial da ONU para o Haiti.

O governo americano suspendeu as deportações de haitianos que estão ilegalmente nos EUA - havia mais de 20 mil na lista de deportação. O governo disse que estuda conceder o status de proteção temporária (TPS), que suspende as deportações por um período mais longo e abre caminho para eles se tornarem residentes legais.

LULA E OBAMA

O assessor de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, disse ontem que, além da ação emergencial para socorro às vítimas do terremoto no Haiti, os países não podem perder de vista o esforço para a reconstrução efetiva do país. As duas iniciativas, segundo ele, foram mencionados na quarta-feira, durante conversa por telefone entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Obama.

"Temos de dividir nossa atenção em duas dimensões. Existe a situação emergencial. O país está em uma situação caótica, temos de evitar epidemias, salvar os feridos, impedir que o clima de anemia social provoque saques e outras manifestações de violência. Com a autoridade que missão das ONU no Haiti conquistou, acredito que será relativamente fácil", afirmou Garcia. (O Estado de São Paulo)

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