terça-feira, 29 de setembro de 2009

''PIB não garantirá qualidade de vida''

Entrevista - Robert Costanza: Universidade de Vermont (EUA); para pesquisador da área de economia ecológica, o Brasil precisa seguir o exemplo da Costa Rica e pagar pela preservação

Robert Costanza, pesquisador de economia ecológica na Universidade de Vermont (EUA), diz que não haverá um "sacrifício" da economia ao levar mais em conta o ambiente. Isso porque, segundo ele, um PIB alto não garantirá a qualidade de vida no futuro, e sim os serviços ambientais, como o suprimento de água e a regulação do clima. Costanza participou do 6º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), em Curitiba, nesta semana.

Porque é importante pagar por serviços ambientais?
É importante para reconhecer que a verdadeira economia é aquela que apoia a sobrevivência das pessoas e vai muito além do mercado. Hoje, estamos focados no consumo, em bens e em serviços medidos pelo PIB e perdemos o controle de outras coisas que contribuem para a nossa qualidade de vida.

Em qual exemplo o Brasil deve se espelhar?
O PSA conseguiu reverter a tendência de desmatamento na Costa Rica. Isso poderia ser feito na Amazônia. Os fazendeiros e donos de terra na Costa Rica hoje ganham mais ao preservar do que se fossem desflorestar e colocar gado.

E quais os cuidados necessários?
Não se deve focar em apenas um serviço ambiental. É melhor criar um mecanismo que equilibre os serviços de sequestrar carbono, preservar a biodiversidade e suprir água. (Afra Balazina/O Estado de São Paulo)

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