quinta-feira, 8 de abril de 2010

Relator descarta adiar votação de projeto de lei sobre Código Florestal para 2011

Deputado Aldo Rebelo disse que produtores rurais 'não podem esperar'.
Para Sarney Filho, objetivo das mudanças é facilitar o desmatamento.


Após debate com ambientalistas e representantes do governo sobre as alterações no Código Florestal e na Lei de Crimes Ambientais, realizado nesta terça-feira (6) na Câmara dos Deputados, em Brasília, Aldo Rebelo (PCdoB) descartou adiar a votação das mudanças para 2011, depois das eleições.

Rebelo é relator da Comissão Especial do Código Florestal, responsável pela análise de 11 propostas que devem mudar a legislação ambiental no país. Ele avisou que apresentará um relatório até o fim de abril.

Em sua decisão, o parlamentar defendeu que os produtores rurais "não podem esperar" até 2011 por definição sobre o futuro do Código Florestal, instituído em 1965. "Os ambientalistas têm todo tempo do mundo, os produtores rurais não têm. Os produtores têm uma safra todo ano para colher", disse ele à Agência Câmara após a audiência pública desta terça.

O assunto representa uma grande polêmica entre ruralistas e ambientalistas, geralmente contrários às mudanças no texto. Um dos principais pontos no debate é a flexibilização do percentual obrigatório de reserva legal, que proíbe o produtor rural de desmatar boa parte de sua propriedade. Dependendo da região, a reserva legal pode representar até 80% das terras.

Presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, o deputado Jorge Khoury (DEM) defendeu o adiamento da votação das mudanças para 2011, por acreditar que o debate pode ser prejudicado no processo eleitoral. Segundo ele, a flexibilização das reservas legais na Amazônia Legal, por exemplo, onde a proteção obrigatória é de 80%, poderia ser dividida. Metade da propriedade seria recuperada com mata nativa, e 30% teria espécies que permitissem a exploração econômica ou a pesquisa.

O deputado Sarney Filho (PV), presidente da Frente Parlamentar Ambientalista, também defendeu o adiamento das votações. Para ele, o objetivo da maioria das propostas de mudanças é facilitar o desmatamento. (Globo Amazônia)

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