terça-feira, 9 de março de 2010

Mulheres Ambientalistas recebem homenagem do Ministério do Meio Ambiente

O ministério do Meio Ambiente lançou neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, uma série de marcadores de páginas de livro com foto e pequena biografia de 16 mulheres ambientalistas que contribuem ou contribuíram para o fortalecimento da gestão ambiental no Brasil e para a preservação do Planeta.

No fim da tarde dessa segunda-feira, durante as comemorações oficiais do Dia Internacional da Mulher, na Estação Leopoldina, no Rio de Janeiro, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, distribuiu os marcadores para as autoridades e o público presentes. Conduziram as homenagens o presidente Lula, a secretária de políticas para as mulheres, Nilcéia Freire e a ministra-chefe da Casa Cilvil, Dilma Rousseff.

O lançamento dos marcadores foi antecedido, nesta tarde em Brasília, pelo debate "A contribuição das mulheres ao ambientalismo brasileiro" em que participaram uma das mulheres homenageadas, a geógrafa Bertha Becker e, também, a secretária executiva, Izabella Teixeira, a jornalista, Tereza Urban, e a educadora ambiental, Isabel Moura de Carvalho.

A secretária executiva do MMA, Izabella Teixeira, mediou o debate e recordou o nome de inúmeras mulheres que nas últimas décadas contribuíram para o ambientalismo brasileiro. "Nos meus 27 anos de carreira no Estado, eu me espelhei nessas pioneiras que pressionaram de forma inédita para que a gestão ambiental fosse implementada.", disse Isabella Teixeira. A secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental Samira Crespo esclareceu: "Este é apenas o primeiro evento em homenagem a mulheres ambientalistas. Nós estamos lançando hoje quatro marcadores - Bertha Becker, Magna Renner, Dorothy Stang e Judith Cortesão. Os outros doze serão apresentados em outras datas comemorativas no decorrer do ano."

Professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Berta Becker falou sobre suas inúmeras idas à região amazônica e sobre a importância de gerar desenvolvimento com a floresta em pé. "A Amazônia é o eixo da minha vida profissional. Desde os anos 70 eu vou até lá numa pesquisa sistemática que une a teoria com o trabalho de campo", explicou a geógrafa, destacando o valor estratégico e a natureza sofisticada da floresta. Bertha Becker também fez uma comparação: "A Amazônia, assim como a mulher, é depositária da vida, tem força e sensibilidade."

A jornalista Tereza Urban rendeu homenagem às mulheres indígenas e lembrou das poucas mulheres naturalistas entre os séculos XVIII e XIX no Brasil. "Nessa época as mulheres também não tinham muito prestígio na área ambiental pois o vestuário feminino com penas e plumas contribuiu para o extermínio de milhares de aves", contou a jornalista lembrando que no século XX as mulheres mudaram e se mobilizaram em diversos momentos de crise. "O que eu me pergunto é onde estão as mulheres nesse momento em que o planeta e os seres humanos correm o risco de desaparecer?"

A educadora ambiental Isabel Carvalho, que trabalha na PUC do Rio Grande do Sul, expôs seu estudo sobre os sujeitos ecologicamente orientados. "Na modernidade, em que a religião não é mais o fundamento ético e moral, a educação ambiental concorre para fornecer esse fundamento no século XXI", afirmou a educadora ressaltando que a inclusão do meio ambiente na relação de alteridade é uma construção histórica. A educadora também trouxe os dados de participação da mulher nas etapas do processo educativo. "Quanto menor a escolaridade exigida, maior a quantidade de mulheres." (MMA)

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