quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Acre serve de exemplo no manejo sustentável

Os princípios do desenvolvimento sustentável fazem parte das políticas públicas no Acre há mais de uma década, desde a época em que o engenheiro florestal e ex-governador Jorge Viana e a senadora Marina Silva iniciaram suas carreiras na vida pública. O trabalho de ambos no que diz respeito ao tema é reconhecido mundialmente.

No Estado, as políticas direcionadas para essa área recebem incentivos da iniciativa privada e pública. Hoje, cerca de 90% da área de floresta localizada no território acreano é manejada de forma sustentável.

A preocupação com o manejo florestal tem sido pauta de empresas que trabalham com a exploração da floresta. Os empresários reconhecem que o selo verde traz benefícios social, econômico e ambiental.

Sabendo que o mercado exige políticas socioambientais cada vez mais rígidas, a empresa Laminados Triunfo, que atua no Estado desde 2005, resolveu buscar a certificação ambiental dada pelo FSC (Forest Stewardship Council). Mas a ideia de preservar nem sempre fez parte da ideologia do proprietário empresa, Jandir Santim.

O empresário vem de uma família que há anos atua no ramo de exploração madeireira. Ele mudou de atitude e resolveu investir e trabalhar com madeira legalizada. Hoje colhe os frutos dessa mudança. A Laminados Triunfo será a primeira empresa acreana a exportar madeira com selo verde para a Europa.

Em entrevista à revista Caminhos Para a Mudança, do Imaflora, Santim declarou que agora que trabalha dentro da legalidade tem orgulho de ser madeireiro. "Pude reiniciar minha vida empresarial dentro da legalidade. Conquistei um selo que vale ouro."

De acordo com a engenheira florestal da empresa, Ana Paula Souza, a Triunfo investiu em vários setores para conquistar o selo da FSC.

A organização não-governamental FSC, que oferece a certificação, tem entre seus princípios o trabalho social com os moradores do entorno das áreas de floresta manejada. "OFSC exige que a empresa que pleiteia o selo verde faça investimentos em projetos que levam saúde, educação e consciência de preservação dos bens naturais aos moradores da floresta e a Triunfo", explicou Ana Paula.

Aprovação

Antônio Barbosa de Melo é filho de índio e seringueiro. Ele é representante dos povos do Juruá, região a oeste do Acre, e conta que cresceu convivendo de forma saudável com a floresta. Hoje, lamenta que na região muitas espécies da biodiversidade foram vítimas da devastação e desapareceram. "Faltam peixes, árvores nativas, os rios estão secando e o clima na mata mudou."

Mesmo diante da ação cruel do homem com a natureza, Melo comemora porque a área do Alto Juruá hoje faz parte de um plano de manejo sustentável e afirma que um dia o desenvolvimento sustentável será lei.

"O manejo, ao contrário do que alguns pensam, beneficia os povos da floresta e o povo que vive nas cidades. São os investimentos feitos pelo governo, empresas e organizações não-governamentais no manejo sustentável que vão garantir a sobrevivência das próximas gerações. Se ninguém cuidar da natureza, tudo isso vai acabar." (O Estado de São Paulo)

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