terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Lula quer apoio de ricos para nações mais pobres

Presidente acredita que, além de reduzir a emissão de gases, países ricos terão que se comprometer, na Conferência de Copenhague, a doar verba aos mais pobres para que eles possam assumir metas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vê disposição das nações em assumir responsabilidade na questão do aquecimento global e destacou a importância de os países ricos adotarem metas de redução dos gases do efeito estufa.
Porém, Lula acredita que a discussão na Conferência do Clima em Copenhague irá além. “Os países ricos, além de reduzir a emissão de gases, vão ter que colocar dinheiro para ajudar países em desenvolvimento e países mais pobres”, para que eles também possam assumir metas, ter acesso a novas tecnologias e a financiamento, de modo a continuar crescendo, reiterou ontem o presidente, no programa de rádio Café com o Presidente.

Lula considerou “extremamente importante” o exemplo do Brasil de se comprometer a reduzir, até 2020, as emissões de gases do efeito estufa entre 36,1% e 38,9%. “Isso obrigou que outros países, que estavam se recusando a apresentar números, começassem a apresentar.” Lula citou os Estados Unidos, que se comprometeram com cortes de 18% até 2020 e a China, que assumiu reduzir de 40% a 45% o crescimento de suas emissões de gases provenientes do setor energético.

A respeito da reunião dos países amazônicos, realizada na semana passada para tratar de uma posição conjunta a ser levada à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), disse que ela foi positiva. “Elaboramos um documento que é quase uma Carta de Princípios para os países que compõem a região da Amazônia. Essa Carta de Princípios vai, certamente, balizar o comportamento de todos os presidentes da América do Sul e, sobretudo, os que estão mais ligados à questão da Amazônia, na nossa participação em Copenhague.” Lula mantém expectativa positiva quanto à reunião em Copenhague. “Todo mundo está com a preocupação de encontrar uma saída definitiva com a garantia da sobrevivência do planeta, porque isso significa cuidar do futuro.”

Preparativos

Os grandes países em desenvolvimento, entre eles a China e a Índia, estão se preparando com os dentes afiados para a conferência sobre o clima em Copenhague, rejeitando desde já qualquer tentativa dos países industrializados de lhes impor obrigações.

Uma série de reuniões informais restritas hoje e amanhã em Copenhague com a ministra dinamarquesa do Clima, Connie Hedegaard, vai lhes permitir reafirmar o que consideram “não negociável” na perspectiva do futuro acordo.

Connie Hedegaard disse ontem que seu governo “está consultando vários países” e que “opiniões diferentes estão sendo discutidas e testadas com base em diversas propostas”. A conferência será aberta na próxima segunda-feira. (Jornal do Commercio)

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