terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

'Esse debate nos interessa', reage Tarso Genro

Com a nova rodada de ataques do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata ao Planalto, Dilma Rousseff, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou uma reação em série de seu ministério. O ministro da Justiça, Tarso Genro, por exemplo, depois de participar da reunião de coordenação política do governo, disse que FHC tem legitimidade para participar do debate político em torno da sucessão presidencial e também para fazer comparações entre o governo dele e o atual. "É bom para nós que ele compare as duas administrações. Esse debate nos interessa", declarou Tarso.

Na avaliação do ministro, a polarização que o ex-presidente provocou, com o artigo no Estado, é boa também para o País e a democracia. "Alguma frase mais agressiva, aqui e ali, vai ocorrer durante a campanha", declarou Tarso, ressaltando que a presença de Fernando Henrique na cena política, vinculada à candidatura do governador de São Paulo, José Serra, "é positiva para a democracia e permite que a população compare os dois projetos".

Ao responder aos últimos ataques de Fernando Henrique, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, decidiu ressaltar a capacidade administrativa de Dilma, ao salientar que ela "demonstrou sua capacidade de liderança ao construir o novo modelo energético, que resolveu o problema do apagão".

"O estímulo para comparação entre os dois governos já foi feito na outra eleição e nós certamente vamos fazer novamente", frisou Padilha. "O exercício da defesa do governo também é comparar com os governos anteriores e, enquanto a oposição não falar o que quer fazer para o Brasil daqui para a frente, nós só temos que comparar com o que eles fizeram."

O ministro ironizou que "a única coisa que foi dita é que querem acabar com o PAC, querem mudar meta de inflação, querem mexer na taxa de câmbio, querem rever juros". Referia-se, indiretamente, às declarações do presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), dadas em entrevista recente. "Vamos debater. A partir do momento em que a oposição aparecer e mostrar o projeto que quer apresentar para o Brasil vamos comparar também com o futuro."

"PINGO DE CHUVA"

O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), por sua vez, desdenhou da importância das declarações do ex-presidente. "O impacto é o mesmo da queda de um pingo de chuva no Lago Paranoá", ironizou.

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), durante evento em Santos, também considerou positivo o confronto das gestões tucana e petista. "Essa comparação vai fortalecer a campanha da Dilma", comentou. "Eu acho que esse é um bom caminho que vai ajudar o Brasil a entender o discurso embutido em tudo que foi feito."

No Rio, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) considerou natural que em uma campanha política haja comparações entre a posição dos partidos que ocuparam o poder.

"Ou você compara propostas de quem não assumiu com quem já fez, ou você compara propostas no caso de dois partidos que ocuparam o governo federal", comentou Cabral. "Há como comparar política econômica, política social, política de infraestrutura." (O Estado de São Paulo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário