quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Estudo reduzirá crítica ambiental aos carros flex

Com o menor ritmo de desmatamento na Amazônia, os veículos viraram o grande vilão do aumento da emissão de gases de efeito estufa. As emissões no setor de transportes foram as que mais cresceram entre 1994 e 2007, segundo o Ministério do Meio Ambiente.

Os veículos a diesel, como ônibus e caminhões, são os que mais poluem no setor, que lançou quase 150 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera em 2007. Em média, o abate de árvores na Amazônia causou a emissão de cerca de 800 milhões de toneladas de CO2 por ano. Mas a média vem caindo com o combate ao desmatamento.

O governo entende que os veículos a álcool teriam neutralizadas suas emissões de gás carbônico porque as plantações de cana (origem do combustível) capturam carbono da atmosfera. Essa contabilidade é referendada pelos guias do IPCC, o painel intergovernamental de mudanças climáticas.

O compromisso "voluntário" de corte nas emissões de gases de efeito estufa, anunciado pelo governo, prevê o aumento do uso de biocombustíveis, para substituir a queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel e gás).

O IPI verde complementa a estratégia, num setor já beneficiado com volume bilionário de incentivos fiscais.

Até setembro, o setor deixou de recolher R$ 4 bilhões de tributos, valor só inferior aos estímulos concedidos à compra de máquinas e equipamentos para a indústria, de acordo com dados da Receita Federal. No ano que vem, a previsão é que o setor seja beneficiado com R$ 2,3 bilhões de incentivos fiscais.

A investida contra as emissões de carbono do setor de transportes começaram em setembro, quando o governo passou a dar publicidade às quantidades de poluentes e de CO2 emitidas por cada modelo de carro de passeio. Alguns carros flex apareceram entre os mais poluentes, considerados apenas os gases que não têm efeito imediato sobre o efeito estufa.

A divulgação pelo ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) foi duramente criticada pelas montadoras e pelos produtores de cana-de-açúcar. Uma nova versão da nota, que dará peso maior à redução das emissões de carbono atribuída aos veículos movidos a álcool, será lançada em dezembro. (Folha de São Paulo)

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