quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Novo presidente do PT, Dutra prega ação conjunta com PMDB

Ex-senador admite a vitória nas eleições do partido e afirma que discussão de alianças não pode ser como "reunião de sindicalistas"

Candidatos favoráveis a alianças para a candidatura de Dilma Rousseff venceram disputa pelo comando do PT em pelo menos 16 Estados

O ex-senador José Eduardo Dutra admitiu ontem a vitória para presidência do PT e pregou que lideranças do partido e do PMDB nos Estados "problemáticos" trabalhem em conjunto para construir alianças.

"Não pode ser reunião de sindicalista, onde cada um chega com sua pauta, nem faca no pescoço", disse ele, que afirmou começar a trabalhar hoje, participando de reunião entre dirigentes do PT e do PMDB.

Dutra comentou o caso específico do Rio de Janeiro, onde a disputa deve ir para segundo turno entre candidatos que defendem, de um lado, o apoio à reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB) e, de outro, uma candidatura própria. "No Rio, a questão passa por um trabalho de melhora de relacionamento do PT e do PMDB local."
Para ele, candidaturas próprias são "mobilizadores naturais" no PT, e é preciso respeitar disputas históricas.

O novo presidente, que a princípio assume em fevereiro, afirmou que vai trabalhar em conjunto com a atual diretoria a partir de agora. "Embora eu ainda não tenha tomado posse, o processo [de construção de alianças] já começou. Não quero começar frio."
Dutra é da CNB (Construindo um novo Brasil), grupo moderado que tem maioria no partido. Ele teve o apoio de outros campos importantes da sigla e a chancela do presidente Lula.

Até a noite de ontem, cerca de 70% dos votos estavam apurados. Dutra tinha 56% dos votos, contra 19% do segundo colocado, José Eduardo Cardozo (PT-SP), do grupo Mensagem ao Partido.

Candidatos favoráveis a alianças para a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência saíram vitoriosos na disputa em pelo menos 16 Estados.

No Rio, a apuração dos votos prosseguia ontem à noite. De acordo com o partido, 70% dos 35 mil votos já estavam computados. O resultado parcial previa a realização de segundo turno entre o deputado Luiz Sérgio, que teve o apoio de Lula, e o vice-presidente do diretório estadual, Lourival Casula.

Em Minas Gerais, a disputa segue indefinida. Reginaldo Lopes, candidato do grupo do ex-prefeito Fernando Pimentel, seguia na frente com 48,6%, contra 37,9% de Gleber Naime, apoiador do ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social). Patrus e Pimentel são pré-candidatos ao governo.

No Paraná, os defensores de uma candidatura própria foram derrotados pelo grupo que apoia aliança com o PDT, do pré-candidato Osmar Dias.

No Pará, a vitória foi do grupo favorável à aliança do PT com o PMDB de Jader Barbalho, que apoia a manutenção da base da governadora Ana Júlia Carepa (PT), incluindo o PTB.

Em Pernambuco e no Ceará, os petistas ratificaram a expectativa de apoio do PT aos candidatos do PSB, os atuais governadores Eduardo Campos e Cid Gomes, respectivamente.

Ângela Portela, reeleita para o diretório de Roraima, defende aliança com a base aliada.

No Acre, foi reeleito Leonardo Cunha, único candidato.(Folha de São Paulo)

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